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Secretário municipal critica ação na Cracolândia

As prisões têm acontecido, de acordo com secretário municipal de segurança, sem a necessidade de ações de grande dimensão, como a realizada nesta quinta-feira


	Viaturas do Denarc cercam rua na Cracolândia: justificativa usada para a ação foi a prisão de traficantes que atuavam na região
 (Reprodução Vimeo/Prefeitura de São Paulo)

Viaturas do Denarc cercam rua na Cracolândia: justificativa usada para a ação foi a prisão de traficantes que atuavam na região (Reprodução Vimeo/Prefeitura de São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 14h17.

São Paulo - Em média três traficantes são presos por dia na região da Cracolândia, no centro da cidade, de acordo com o Secretário Municipal de Segurança Urbana de São Paulo, Roberto Porto.

As prisões têm acontecido, de acordo com ele, sem a necessidade de ações de grande dimensão, como a realizada nesta quinta-feira, 23, por policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil.

A atuação dos policiais do Denarc nesta quinta, registrada por repórteres do jornal O Estado de S.Paulo, mostrou que foram usadas bombas de efeito moral no local onde se concentravam dependentes.

A justificativa usada foi a prisão de traficantes que atuavam na região. Hoje, o secretário municipal de segurança afirmou que "ninguém pode ser contra" a prisão de traficantes, mas apontou que "nada justifica a ação" vista.

"Nós temos em média três prisões por dia de traficantes no local, sem qualquer problema dessa natureza, desse porte. Ninguém aqui é contra ação contra o tráfico de drogas, o que não se pode é ganhar a dimensão como foi ontem", afirmou. Porto estava no local no momento da intervenção e foi surpreendido pela ação dos policiais.

Ele explicou que a prisão dos traficantes tem sido feita com um trabalho de inteligência da polícia militar. "Temos em média três prisões por dia inclusive com grande quantidade de pedras de crack. O trabalho da polícia militar tem sido brilhante, a guarda (civil) tem acompanhado, tem pactuado com eles. Tudo vinha na mais absoluta ordem."

De acordo com Porto, o secretário de Segurança Pública do Estado, Fernando Grella, não detalhou na conversa que tiveram se já tinha conhecimento da ação ou não. A relação com Grella, contudo, foi definida pelo secretário municipal como "a melhor possível". "A interlocução diária é com a polícia militar, ela continua no local atuando junto conosco, as prisões tem sido feitas diariamente sem nenhum entrevero", disse Porto.

O secretário disse que os dependentes que aderiram ao programa se mostraram revoltados com a ação do Denarc e com preocupação quanto à continuação do programa da Prefeitura. "Nós acalmamos, dissemos que o programa continua firme", completou. Ele evitou fazer avaliações sobre o trabalho da polícia civil, dizendo apesar que considera "exagerada" e que "tinha um tom de revide". "Cabe ao governo do Estado analisar a atuação da polícia civil. A questão da apuração da conduta daqueles profissionais cabe ao governo do Estado e não ao município", afirmou.

Bala de borracha

O Denarc negou uso de balas de borracha. Porto, nesta manhã, afirmou que pessoas foram atendidas relatando terem sido atingidas por balas de borracha e disse ter presenciado policiais portando a arma. "Presenciei policiais com a arma que dispara bala de borracha. Se não tinha munição, se era só para intimidar, cabe agora a uma apuração do governo do Estado", disse.

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