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Secretário maranhense deixa cargo após segunda fuga de preso

Pasta será assumida interinamente pelo secretário estadual de Segurança Pública, Marcos Affonso


	Penitenciário de Pedrinhas em São Luís (MA): secretário Uchôa colocou o cargo à disposição durante tumulto iniciado poucas horas depois de detentos escaparem
 (Clayton Montelles/Governo do estado do Maranhão)

Penitenciário de Pedrinhas em São Luís (MA): secretário Uchôa colocou o cargo à disposição durante tumulto iniciado poucas horas depois de detentos escaparem (Clayton Montelles/Governo do estado do Maranhão)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2014 às 14h17.

Brasília - Após o registro da segunda fuga em apenas uma semana no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), Sebastião Uchôa deixou hoje (17) o comando da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) do Maranhão. A pasta será assumida interinamente pelo secretário estadual de Segurança Pública, Marcos Affonso.

Uchôa colocou o cargo à disposição durante tumulto iniciado poucas horas depois de detentos escaparem por meio de um túnel cavado a partir do Presídio São Luís 1, um dos oito estabelecimentos que compõem o complexo. Durante a confusão, equipes de televisão flagraram presos escalando os muros do presídio e sendo contidos por policiais militares.

Enquanto os policiais tentavam controlar a situação, agentes e inspetores penitenciários que aderiram a uma paralisação de 24 horas estavam reunidos diante da entrada principal de Pedrinhas. A categoria denuncia a falta de condições de trabalho e os perigos a que estão expostos os agentes do sistema prisional maranhense.

Bacharel em direito, ex-agente de segurança penitenciária em Pernambuco e ex-diretor executivo do presídio Professor Aníbal Bruno, no Recife (PE), o também delegado Uchôa chefiava a Sejap desde março de 2013. Ao assumir o cargo, prometeu incrementar a segurança dos estabelecimentos prisionais, valorizar os agentes penitenciários e investir na ressocialização dos presos. Entretanto, durante sua gestão teve de explicar a incapacidade do estado para garantir a segurança dos presos e impedir novas fugas.

Só este ano, 16 detentos já foram assassinados no interior do complexo penitenciário, maior estabelecimento prisional do Maranhão. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelam que, pelo menos, 60 presos foram mortos em 2013. Se confirmada a estimativa da assessoria do governo, aproximadamente 46 detentos escaparam na última semana, dez fugiram hoje e 36 no dia 10, quando bandidos obrigaram o motorista de um caminhão a dirigir o veículo contra o muro do complexo, abrindo um grande buraco no concreto. Segundo a assessoria da Sejap, apenas três dos fugitivos haviam sido capturados. Durante a confusão, quatro detentos ficaram feridos e um foi recapturado.

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