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Secretário do Rio defende ajuda federal para reforçar UPPs

O secretário de segurança do Rio de Janeiro defendeu ajuda federal para reforçar as UPPs no estado


	Beltrame: secretário, que vai deixar o cargo na segunda-feira, afirmou que não é possível reduzir os efetivos da polícia nas UPPs
 (Shana Reis/GERJ/Divulgação via Fotos Públicas/Divulgação)

Beltrame: secretário, que vai deixar o cargo na segunda-feira, afirmou que não é possível reduzir os efetivos da polícia nas UPPs (Shana Reis/GERJ/Divulgação via Fotos Públicas/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2016 às 20h13.

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse hoje (13) que não acredita na redução do número de unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) após sua saída da pasta, marcada para a próxima segunda-feira (17).

Beltrame, que passará o cargo para o atual subsecretário de Planejamento e Integração Operacional, Roberto Sá, defendeu ajuda federal no reforço às unidades. Atualmente, há 38 UPPs no estado.

Alguns críticos do modelo, incluindo o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani (PMDB), alegam que houve crescimento excessivo e que poderia haver uma redução para fortalecer as unidades que mais precisam.

“Pela fala que ouvi do presidente da Assembleia, entendi que não avançaremos mais sem termos condições logísticas de colocar o policial em um lugar seguro. Entendo que não regrediremos. Mas, se tiver que regredir, OK. Porém, sugiro que vão lá perguntar para a população se ela quer que a PM [Polícia Militar] saia. Tem uma pesquisa que diz que 87% querem a UPP. Se tiverem que tomar essa medida, que consultem a população.”

Beltrame defendeu também maior integração e ajuda federal para o que ele chamou de “segunda anestesia” no processo de pacificação, comparando o quadro de segurança no Rio de Janeiro aos cuidados com um paciente enfermo. 

“A gente deu anestesia em um paciente que precisava de uma grande cirurgia. A questão é: a cirurgia foi incompleta, não foi feita, ou foi feita aos pedaços, e a anestesia está passando. Tem que dar outra anestesia, e a gente mostrou que tem capacidade de dar, que tem condições de pegar forças aliadas, amigas, sejam federais ou estaduais, e dar outra anestesia. Mas acho que não convém fazer isso sem ter a garantia de que a cura efetiva vai acontecer”, explicou o secretário.

Beltrame disse que a ajuda dos órgãos federais, principalmente das Forças Armadas, pode ocorrer a qualquer momento para restabelecer o controle sobre áreas hoje conflagradas. “Se isso tiver que acontecer, também está pronto. Hoje mesmo recebi a ligação do antigo comandante militar do Leste, que está hoje lá em Brasília, colocando-se à disposição, o almirante, também. Soubemos construir essa parceria de confiança. O Roberto Sá está a par disso e, se houver necessidade, isso está praticamente alinhavado.”

O secretário reforçou que a solução para a segurança não é apenas aumentar o efetivo policial, mas oferecer às comunidades serviços sociais do estado, o que, em sua opinião, não ocorreu. “A paz não passa exclusivamente pela força. Não é só esse o caminho. Tem que cobrar das polícias, mas existe todo um leque de coisas que, durante 10 anos, [pelas quais] a gente clamou no deserto – e eu estou saindo clamando – que na verdade não foram feitas. As pessoas podem, ao botar a culpa na polícia, tirar o foco das coisas que não foram feitas”, acrescentou o secretário.

Beltrame participou, na tarde desta quinta-feira (13), de uma festa para crianças de diversas comunidades pacificadas do Rio, com direito a bolo, cachorro-quente e refrigerante, no Parque do Flamengo. Durante a festa, ele foi requisitado o tempo todo para fotos ao lado das crianças e de cidadãos comuns, que lhe agradeceram pelo trabalho na área da segurança.

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