Brasil

Secretário de Segurança de SP recua e nega fim das câmeras em uniformes de PMs

Na semana passada, em entrevista à Rádio Cruzeiro de Sorocaba, Guilherme Derrite disse que pretendia rever o programa, defendendo a autonomia policial

Guilherme Derrite: secretário negou o fim do programa (Câmara dos Deputados/Reprodução)

Guilherme Derrite: secretário negou o fim do programa (Câmara dos Deputados/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 16h28.

Última atualização em 10 de janeiro de 2023 às 16h34.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, recuou em relação ao seu discurso sobre o programa de câmeras portáteis em uniformes de policiais militares do estado, o "Olho Vivo".

Na semana passada, em entrevista à Rádio Cruzeiro de Sorocaba, ele disse que pretendia rever o programa, defendendo a autonomia policial. Já nesta terça-feira, 10, em entrevista à Rede Globo, o secretário negou o fim do programa e disse que pretende ampliá-lo com novas ferramentas de combate ao crime.

"Não iremos acabar com o programa Olho Vivo, das câmeras. Não iremos. É o meu compromisso e do governador", disse Derrite à Globo. A revisão do programa era uma das mais polêmicas promessas do governador eleito no ano passado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e foi endossada diversas vezes pelo atual secretário. Ambos defendiam que a câmera "inibe" a atuação policial, embora estudos científicos tenham mostrado que o sistema melhorou a produtividade de batalhões.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso. Tudo por menos de R$ 0,37/dia.

Conforme o Estadão mostrou, o uso do equipamento por policiais em São Paulo aumentou a efetividade da PM no combate aos agressores de mulheres, dentre outros vantagens. Estudo encomendado pelo comando da corporação à Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que, em média, o total de mortes decorrentes de intervenção policial foi reduzido em 57% em relação à média do período anterior às câmeras.

"Ela [a câmera] foi instalada com uma intenção de fiscalização e controle que é aceitável, tem sua funcionalidade. Nós queremos, além da fiscalização e controle, acoplar a câmera do policial ferramentas que vão combater o crime. Por exemplo, leitura de placa de veículos roubados. Isso pode ser instalado na câmera", disse Derrite nesta terça.

Mudança de discurso

A guinada de posicionamento de Derrite acompanha a mudança na fala de Tarcísio. Na semana passada, após o secretário dizer que a pasta iria rever o programa, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania do governo de Lula chegou a publicar nota em que se disse preocupado com a declaração do secretário.

"O sucesso dessa política demonstrado pela ciência faz com que ela não apenas tenha de ser reforçada e ampliada nas regiões em que é aplicada, mas também que seja estendida a todas as unidades da federação", dizia a nota.

Pressionado a se posicionar, na quinta-feira, 5, Tarcísio recuou em relação ao seu discurso de campanha e se comprometeu a não mexer no programa.

LEIA TAMBÉM:

MP de Contas pede bloqueio de bens de Bolsonaro, Ibaneis e Anderson Torres

Torres de transmissão são derrubadas no PR e em Rondônia. Aneel fala em indícios de 'sabotagem'

Acompanhe tudo sobre:PoliciaisSegurança públicaViolência policial

Mais de Brasil

Enem 2024: quem faltou no primeiro dia pode fazer a segunda prova?

Quais as regras para transportar animais no carro? Veja o que diz a lei

Eleições municipais revelaram que o povo não quer radicalização, diz Temer

Quais matérias vão cair no segundo dia do Enem 2024?