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Secretário de saúde de SP defende suspensão de aulas presenciais

Jean Gorinchteyn entende que manter escolas abertas implica em deslocamentos fora dos colégios que contribuem para a propagação do coronavírus

Aulas presenciais: No Estado de São Paulo, as escolas foram consideradas serviços essenciais, como supermercados e farmácias (Amanda Perobelli/Reuters)

Aulas presenciais: No Estado de São Paulo, as escolas foram consideradas serviços essenciais, como supermercados e farmácias (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de março de 2021 às 13h04.

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse ser favorável à suspensão das aulas presenciais nas escolas diante do agravamento da pandemia de covid-19 no Estado. O tema, segundo ele, será discutido nos próximos dias, mas a posição pessoal do secretário é de que manter escolas abertas implica em uma série de deslocamentos fora dos colégios que contribuem com a propagação do vírus.

"Isso é um tema que estamos discutindo. Se estamos entendendo que as pessoas estão ameaçadas frente ao vírus, frente a um colapso, temos de avaliar a circulação das pessoas em situações que poderiam ser evitadas e uma delas é a escola", disse Gorinchteyn na manhã desta terça-feira, 2, em entrevista à rádio CBN.

Para o secretário, o problema não está dentro da escola. "É a circulação das pessoas no entorno, professores, alunos, pais, o transporte público, a exposição que acabamos colocando as pessoas", afirmou. Gorinchteyn disse ainda que um "lockdown", com fechamento de todo o comércio e restrição à circulação nas ruas, não é factível no Brasil. "Não temos capacidade no nosso País de fazer 'lockdown', as pessoas vão morrer de fome, vamos ter um problema civil, social."

No Estado de São Paulo, as escolas foram consideradas serviços essenciais, como supermercados e farmácias. Isso significa que podem ficar abertas mesmo nas fases mais restritivas da quarentena. O posicionamento de Gorinchteyn é contrário ao que tem defendido o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares. Para Rossieli, as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a abrir, uma vez que o longo tempo de fechamento vem causando prejuízos às crianças e adolescentes.

Nesta terça-feira, 2, o Conselho Nacional de Secretários de Educação criticou por meio de nota o que chamou de "defesa da suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país". A manifestação do Consed ocorre um dia após o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pedir a suspensão do funcionamento das escolas, entre outras medidas, para conter o avanço da pandemia no Brasil.

Como o Estadão mostrou, o agravamento da pandemia no País tem levado municípios e Estados a suspenderem ou adiarem o retorno presencial às escolas. No Estado de São Paulo, passou de 129 para 165 o número de municípios que barraram o retorno dos colégios estaduais nas últimas semanas. Estados como Pernambuco, Paraíba, Piauí e Paraná também decidiram suspender a volta às aulas neste momento diante da crise sanitária.

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