Governador do Rio, Wilson Witzel: exonerou os secretários de Casa Civil, André Moura, e de Fazenda Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de maio de 2020 às 12h53.
Última atualização em 30 de maio de 2020 às 15h01.
O secretário de Polícia Civil do Rio, delegado Marcus Vinicius de Almeida Braga, pediu demissão ao governador Wilson Witzel. Dias após a operação Placebo, deflagrada pela Polícia Federal tendo como foco o mandatário fluminense, Braga enviou uma carta em que, sem justificar o motivo da saída, pede para ser exonerado e agradece pelos "avanços" conquistados em um ano e meio à frente da pasta.
A saída do delegado se dá em meio a uma dança das cadeiras no Executivo fluminense. Na noite de quinta-feira, Witzel exonerou os secretários de Casa Civil, André Moura, e de Fazenda Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho. A escolha marcou um aceno do governador ao secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, considerado adversário dos dispensados. Tristão, assim como a primeira-dama, Helena Witzel, é peça-chave na investigação do Ministério Público sobre esquemas de corrupção na Saúde.
Ao demitir esses dois secretários, Witzel provocou também a entrega de cargos na Assembleia Legislativa. O líder e o vice-líder do governo na Casa anunciaram que não vão mais cumprir as funções. O atrito com a Alerj se dá em meio a três pedidos de impeachment apresentados após a operação - o primeiro por tucanos, o segundo por bolsonaristas e o terceiro por deputados do Novo, que também pedem o afastamento de Tristão.
Na carta enviada a Witzel, o delegado Braga destaca o status de secretaria dado à Polícia Civil após o desmantelamento da Secretaria de Segurança Pública, que, segundo ele, fez com que a investigação criminal atingisse "patamares sem precedentes na história, sendo-lhe assegurada absoluta autonomia, tanto na condução das investigações como na escolha daqueles em cargos de chefia e direção."
Ainda não foi informado quem assumirá o cargo na Polícia Civil.