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Secas na Ásia e demanda por alimentos são oportunidades para o Brasil

Governo brasileiro está preparando duas missões para a Rússia, a fim de firmar acordos na área

Produção de cereais na Rússia: país vive uma onda de calor que prejudicou a agricultura (Arquivo/AFP)

Produção de cereais na Rússia: país vive uma onda de calor que prejudicou a agricultura (Arquivo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Os problemas climáticos que estão afetando seriamente o Continente Asiático - com secas que têm multiplicado o número de incêndios florestais na Rússia e que levaram o primeiro-ministro do país, Vladimir Putin, a decretar a proibição das exportações de grãos até o final do ano, para garantir o abastecimento interno - devem aumentar a demanda internacional por produtos brasileiros.

Em relação à soja, o produto mais comercializado no mundo, o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, disse que o Brasil já atende 23% do comércio internacional e deve ampliar essa participação.

As vendas anuais do grão no mundo acumulam valores em torno de US$ 78 bilhões. “E é mais que provável que possamos aumentar ainda mais a nossa participação no mercado”, afirmou Porto, que está participando do Fórum Internacional de Produtores de Soja & Cia (Soybean Forum), em Salvador. De acordo com o Ministério da Agricultura, o Brasil exporta o complexo soja, que engloba o farelo, óleo e grão in natura, para 46 mercados. Os dois maiores importadores são China e União Europeia, onde o Brasil participa, respectivamente, com 32% e 62% das entregas.

Segundo o secretário, as oportunidades para o Brasil são grandes porque, além da estiagem e das quebras de safra na Rússia, que podem chegar a 30% da produção de grãos, o consumo de alimentos em países em desenvolvimento está aumentando. Porto também disse que experiências passadas mostraram que a proibição de exportações, medida adotada pela Rússia, acabam levando a um desestímulo à produção local e ao consequente aumento da necessidade de importação.

Com esse panorama, aliado à recuperação dos preços das commodities depois da crise internacional, a perspectiva é que o país bata este ano o recorde de exportações do agronegócio, conquistado em 2008. “Influenciado pelo fator preço, o Brasil deve ultrapassar, em 2010, os US$ 71,8 bilhões registrados há dois anos”, afirmou Porto.

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse à Agência Brasil que o governo está preparando duas missões à Rússia. Na primeira delas, mais técnica, irá o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, para discutir as exportações de carne bovina para o principal comprador brasileiro. A segunda será comandada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, com a participação de empresários e representantes do ministério da Agricultura.

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