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Seca encalha hidrovia, para indústria e já quebra safras

Em Itu, prefeitura foi obrigada a suspender por 120 dias a autorização de novos empreendimentos imobiliários, já que cidade está sob racionamento


	Hidrovia Tietê-Paraná: transporte de cargas paralisado soma prejuízo direto de R$ 200 milhões
 (Brazillian Navy/WikimediaCommons)

Hidrovia Tietê-Paraná: transporte de cargas paralisado soma prejuízo direto de R$ 200 milhões (Brazillian Navy/WikimediaCommons)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2014 às 08h17.

Sorocaba - A falta de chuvas espalha prejuízos por todo o interior. O transporte de cargas pela Hidrovia Tietê-Paraná está paralisado em Araçatuba, noroeste paulista. O prejuízo direto chega a R$ 200 milhões.

As cargas de grãos e outros insumos estão seguindo para Santos pelas rodovias. De janeiro a junho deste ano, o volume de cargas transportadas pela hidrovia caiu de 2,69 milhões para 2,33 milhões de toneladas. A diferença, de 360 mil toneladas, foi equivalente à carga de 10 mil caminhões.

A falta de água afeta diretamente a economia dos 19 municípios que estão oficialmente em racionamento. Desses, 12 ficam na região de Campinas. Desde abril, pelo menos 3 mil postos de trabalho foram fechados, segundo o diretor de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Eduardo San Martin.

Ele acredita que as dispensas têm relação com a crise hídrica. A emissão de outorgas para captação de água para uso industrial foi suspensa.

Prédios e campos

Em Itu, região de Sorocaba, a prefeitura foi obrigada a suspender por 120 dias a autorização de novos empreendimentos imobiliários. A cidade está em racionamento severo desde o início de fevereiro.

De acordo com o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) de Sorocaba, se a suspensão persistir, as empresas que estão construindo, e utilizariam a mão de obra em novos empreendimentos, terão de fazer demissões. Já em Sorocaba, o racionamento atinge o distrito industrial e afeta mais de 200 indústrias.

Nas regiões agrícolas há escassez de água até para manter em operação os equipamentos de irrigação. O produtor José Luiz Confortini, de Capela do Alto, teve de adotar o racionamento na lavoura de milho verde.

Em vez de irrigar uma vez por dia, normal nesse período seco, ele dividiu a área em talhões e aplica irrigação uma vez a cada três dias em cada área.

No estado, a estiagem prolongada causou perdas de até 25% na safra de café, de 10% nas plantações de cana e de 10% no trigo, segundo dados parciais da Secretaria de Agricultura.

Em algumas regiões, as perdas foram mais severas. Na de Bragança Paulista, a quebra na safra de milho chegou a 50%. Na região de Itapeva, sudoeste paulista, os produtores de feijão têm dificuldade para manter irrigados 7 mil hectares da cultura. Os gastos com óleo diesel e energia elétrica elevaram os custos da produção.

Produtores de tilápias da região de Avaré tiveram de remover as criações e reduzir o número de viveiros. E plantações de laranja não irrigadas perderam parte da florada, o que já indica quebra de produção.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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