Lula: ex-presidente disse que será candidato "para ganhar, não para perder" (Lula/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de abril de 2017 às 11h33.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 20, que, "se puder", vai disputar o Palácio do Planalto pela sexta vez em 2018. Ele disse, porém, que terá de aguardar para a decisão.
"Vamos esperar o tempo passar, para a gente saber quem é que pode ser candidato, se eu posso ser candidato, se não posso ser candidato", afirmou, sem explicar o que poderia impedir sua candidatura.
Lula é réu em cinco ações na Justiça e investigado na Operação Lava Jato. Se condenado e a decisão for confirmada em segunda instância, o petista fica inelegível.
Em entrevista à rádio Fan FM de Sergipe, Lula afirmou que será candidato "para ganhar, não para perder". "Já perdi a cota de eleições que tinha para perder", disse, referindo-se às eleições de 1989, 1994 e 1998.
"Depois, eu aprendi a ganhar", afirmou o ex-presidente, eleito em 2002 e reeleito em 2006. "Se puder, serei candidato", enfatizou o petista.
Lula também foi questionado sobre uma eventual "chapa nordestina" para as eleições presidenciais ao lado de Ciro Gomes (PDT-CE) "É muito difícil dizer isso. Pelo que tenho visto na imprensa, o companheiro Ciro Gomes é candidato a presidente também", afirmou. "Ainda vai se apresentar muita gente", completou.
Sobre as duas pesquisas eleitorais divulgadas nesta semana, do Ibope e do Vox Populi/CUT, que afirmaram que Lula é o presidenciável com maior intenção de votos, o petista preferiu não comentar.
"É muito cedo para a gente falar de pesquisa, ainda faltam praticamente dois anos para as eleições. Eu não gosto de comentar pesquisa", disse.
"Estou convencido de que, se eu for convidado, tenho condições de ganhar as eleições porque eu sei como cuidar das pessoas mais humildes de regiões diferenciais. Não é teoria não, é prática."
Citado nas delações da Odebrecht, o ex-presidente não quis comentar as acusações e afirmou que prefere falar ao juiz Sérgio Moro no próximo dia 3, quando tem um depoimento marcado em Curitiba.
"O que eu tiver que falar e o que eu penso, vou falar no dia 3. Não tenho que provar minha inocência, eles que vão ter que provar minha culpa", disse Lula. "Eu duvido que encontrem 50 centavos meus em algum lugar do mundo. Podem continuar investigado."
Na entrevista, o petista também fez críticas às reformas trabalhista e da Previdência, propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB) e que tramitam no Congresso Nacional.