Ministro da Educação Renato Janine Ribeiro: se não há recursos, período deve ser aproveitado para o desenvolvimento de bons projetos (Fabio Rizzato/BioFoto/EXAME.com)
Rita Azevedo
Publicado em 15 de setembro de 2015 às 14h45.
São Paulo – Mesmo em um ambiente econômico instável, as discussões relativas à educação não devem ser abandonadas. Foi a partir dessa ideia que o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, explicou, na manhã desta terça-feira, como o Plano Nacional da Educação (PNE) sairá do papel.
Janine participou do EXAME Fórum Educação, realizado em São Paulo.
Lançado no ano passado, o PNE estabelece para a educação até o final de 2024. Entre os objetivos estão a expansão do número de crianças alfabetizadas, melhoria no acesso às universidades e aumento dos recursos alocados na área. O Plano determina ainda que 10% do Produto Interno Bruto (PIB) seja destinado para o setor.
Para o ministro, a forma como os projetos serão financiados preocupa “sobretudo no ambiente econômico atual”: “Quando se fala em chegar a um investimento na educação equivalente a 10% do PIB, não é fácil. Não vemos hoje maneiras claras de chegar a ele”, disse.
Se não há muitos recursos, afirma Janine, esse tempo de recessão econômica deve ser usado para discutir melhor a forma como cada meta será alcançada.
“Embora haja contigenciamento [de recursos], o privilégio da área da educação é que ela lida com inteligência que não é algo que pode ser contigenciado, mesmo em tempos adversos”, disse.
Ideologia de gênero
O ministro criticou a forma como o plano foi construído em alguns estados e municípios. “Os debates, muitas vezes conduzidos por extremistas, reduziram a discussão à questão de gênero”, disse Janine. “O MEC se preocupa muito com a educação sexual na adolescência, mas as Câmaras e Assembleias poderiam ter aprofundado outras questões da educação da mesma forma”.