Michel Temer cumprimenta Mike Pence no Palácio do Itamaraty, após almoço oferecido pelo governo brasileiro (Adriano Machado/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 26 de junho de 2018 às 17h32.
Última atualização em 26 de junho de 2018 às 18h06.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, defendeu hoje (26) a política de "tolerância zero" contra a imigração ilegal para o seu país e pediu para que as pessoas "não arrisquem a vida" tentando ingressar em solo norte-americano. A afirmação foi feita ao lado do presidente da República Michel Temer, durante declaração conjunta no Palácio do Itamaraty, após almoço de recepção oferecido pelo governo brasileiro. Pence está no Brasil desde o início da manhã de hoje, na primeira visita de alto nível de um representante do governo Donald Trump ao Brasil.
"Assim com os EUA respeitam suas fronteiras e soberania, peço que respeitem a nossa. Como diz o presidente Donald Trump, sem fronteiras não há país", afirmou, fazendo referência específica a países da América Central, como El Salvador, Honduras e Guatelama. De acordo com Pence, o fluxo de imigrantes ilegais oriundos desses países para os EUA foi de cerca de 150 mil pessoas nos últimos meses. Ele citou que o governo está empenhado na construção de um muro na fronteira do país com o México e que o Congresso dos EUA trabalha para "fechar os hiatos [legais] que ainda servem como atração às famílias vulneráveis".
"Queremos que vocês e suas nações prosperem e floresçam em toda a América Central. Não arrisquem sua vida e a vida de seus filhos entrando nos Estados Unidos. Se não tem condições de entrar legalmente, não venham". O vice-presidente dos EUA mencionou que o país recebeu, no ano passado, cerca de 1,1 milhão de imigrantes legais.
Em uma rápida referência à situação das crianças brasileiras separadas dos pais que imigraram ilegalmente para os EUA ao longo das últimas semanas, Mike Pence disse que os dois governos estão trabalhando para reunir as famílias novamente. O próprio presidente Temer já havia dito, em seu discurso, que o governo brasileiro está pronto para colaborar com o transporte dos menores brasileiros de volta ao Brasil, "se esse for o desejo das famílias".
"Essa é uma decisão que tem que ser tomada pelas famílias. Algumas crianças e algumas famílias desejam ficar lá, mas precisam passar ainda pelos procedimentos judiciários dos EUA. Agora, aqueles que querem voltar para o Brasil, o presidente Temer colocou à disposição os meios que nós temos para isso", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, após o encontro.