Ele prometeu eliminar 4,7 mil cargos na reforma administrativa do governo estadual, sem comprometer o funcionamento dos serviços públicos (Sergio Barzaghi / Governo do Estado de SP/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 11 de dezembro de 2023 às 18h19.
Última atualização em 12 de dezembro de 2023 às 10h17.
O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, disse nesta segunda-feira que cortar gastos se tornou imperativo, já que não há motivos estruturais para acreditar em aumento da arrecadação, e prometeu enxugar despesas do Estado. "A questão não é mais se cortar gastos é possível, temos de cortar gastos. Se não cortar gastos, os Estados vão quebrar", declarou o governador durante fórum da XP.
Segundo Tarcísio, investimentos em áreas como saúde e infraestrutura não estão sendo feitos pelo inchaço da máquina pública.
Ele prometeu eliminar 4,7 mil cargos na reforma administrativa do governo estadual, sem comprometer o funcionamento dos serviços públicos. "É imperioso, temos de fazer. Temos de cortar gastos e vamos cortar", afirmou Tarcísio.
Tarcísio assegurou que não pretende elevar alíquotas de ICMS do Estado. Durante fórum da XP, ele disse que seria covardia aumentar imposto num momento em que algumas indústrias estão sem encomendas.
Sem motivos para acreditar em aumento estrutural da arrecadação, que já está em baixa, Tarcísio prometeu enfrentar a situação com cortes de gastos.
"A questão não é mais se cortar gastos é possível, temos de cortar gastos", declarou.
O governador também criticou os incentivos regionais, aos quais chamou de "puxadinhos", introduzidos por senadores na reforma tributária. "Tem que fazer a reforma tributária para valer, sem puxadinhos", afirmou o governador, observando que a proposta de emenda constitucional vai ser votada sem uma definição de qual será a alíquota de referência do imposto sobre valor agregado, o IVA.
"Acho que exagerou na dose", acrescentou Tarcísio, ao falar das mudanças da reforma no Senado.
Os ataques do governador paulista foram dirigidos, sobretudo, à emenda que prorroga incentivos à produção de carros no Nordeste e a criação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para beneficiar a Zona Franca de Manaus (ZFM).
"Se a reforma tributária vem para acabar com distorções, é um absurdo trazer a guerra fiscal para dentro dela", disse Tarcísio. Segundo ele, os deputados paulistas que votarem pela reforma na versão atual estarão votando contra os interesses do Estado. O governador prometeu brigar até o fim para que Câmara corrija os "exageros de benefícios" cometidos pelo Senado.