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Se houver irregularidade, saio do cargo, diz Moro sobre supostas mensagens

Em audiência no Senado para esclarecer o caso, ministro da Justiça pediu que site divulgue todo o conteúdo ao qual tem acesso

Moro: ministro está prestando esclarecimentos no Senado Federal sobre supostas mensagens (Geraldo Magela/Agência Senado)

Moro: ministro está prestando esclarecimentos no Senado Federal sobre supostas mensagens (Geraldo Magela/Agência Senado)

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Reuters

Publicado em 19 de junho de 2019 às 15h42.

Última atualização em 19 de junho de 2019 às 15h50.

Brasília - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta quarta-feira (19) em audiência no Senado que, se ficar comprovado uma atuação irregular dele no episódio das supostas trocas de mensagens entre ele e procuradores da operação da Lava Jato, ele deixa o cargo.

Em audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Moro também pediu que o site The Intercept Brasil, que fez reportagens baseadas nas alegadas trocas de mensagens, divulgue todo o material que detém.

"Estou absolutamente tranquilo em relação a isso. Mas, se é este o problema, então o site apresente tudo e aí a sociedade vai compreender, vai compreender de pronto se houve alguma incorreção da minha parte. Eu não tenho nenhum apego pelo cargo em si", disse Moro ao responder questionamento feito pelo senador Jaques Wagner (PT-BA).

"Apresente tudo, vamos submeter isso ao escrutínio público e, se houver irregularidade da minha parte, eu saio. Mas não houve, por quê? Porque eu sempre agi de maneira imparcial", completou o ministro, ao criticar o que chamou de "sensacionalismo" do site e a decisão de publicar as supostas mensagens a conta-gotas.

O comparecimento de Moro à CCJ ocorre após o ministro se dispor a ir ao Senado para explicar supostas trocas de mensagens por aplicativo de celular quando era juiz com procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, noticiadas pelo The Intercept Brasil.

O ministro disse que pode ter havido "divergências" sobre a decisão tomada por ele de ter tornado pública uma gravação de conversa entre a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que tratariam do envio de um termo de posse do último para se tornar ministro da Casa Civil. Posteriormente, o Supremo Tribunal Federal anulou a validade da gravação.

"Naquela decisão, tudo bem, pode haver divergências, mas foi decisão exposta nos autos", disse Moro, ao destacar que não se serviu de hackers para divulgar a decisão.

Com cerca de cinco horas na CCJ, Moro tem tido uma audiência relativamente tranquila.

Ele tem defendido as decisões que tomou nos processos da Lava Jato e argumentado que a invasão de celulares de autoridades como ele e procuradores não contém nenhuma irregularidade nas supostas conversas publicadas e que, obtidas de forma criminosa, tem por objetivo invalidar condenações da operação e atrapalhar futuras investigações.

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