Brasil

Schahin fecha delação com Lava Jato em troca de prisão domiciliar

Milton Schahin foi condenado com seu irmão Salim e, ainda, o pecuarista José Carlos Bumlai por causa de um empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin

PF: pelos termos do acordo, Milton Schahin vai usar tornozeleira eletrônica e pagar multa de R$ 7 milhões (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

PF: pelos termos do acordo, Milton Schahin vai usar tornozeleira eletrônica e pagar multa de R$ 7 milhões (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 16h55.

O empresário Milton Taufic Schahin, sócio do Grupo Schahin, fechou acordo de delação premiada com a Lava Jato.

Em troca de benefícios da Justiça, que o condenou - e a seu irmão Salim - a nove anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção e gestão fraudulenta do banco Schahin no emblemático empréstimo de R$ 12 milhões a um amigo do então presidente Lula, em outubro de 2004, Milton se dispõe a revelar o que sabe sobre este episódio e outros crimes financeiros.

Em troca, o Ministério Público Federal proporá a suspensão de procedimentos criminais, de inquéritos policiais e de ações penais 'em curso ou ainda a serem instaurados em desfavor do colaborador'.

Milton Schahin foi condenado com seu irmão Salim e, ainda, o pecuarista José Carlos Bumlai - amigo do ex-presidente Lula -, por causa de um empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin. O dinheiro teria sido destinado ao PT.

A contrapartida para o Grupo Schahin, segundo a Lava Jato, foi um contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobrás para operar o navio sonda Vitória 10.000. Lula, que não é réu nesta ação, teria dado a 'benção' ao negócio - o que é negado pela defesa do petista.

Pelos termos do acordo, Milton Schahin vai usar tornozeleira eletrônica e pagar multa de R$ 7 milhões - com seis meses de carência para iniciar a quitação da dívida, que deverá ser saldada em até 24 parcelas.

Ele se sujeita à uma condenação de 20 anos de prisão que, na prática - como resultado do pacto -, ficará limitada a três meses em prisão domiciliar, com uso da tornozeleira. Após esse período, ele ficará nove meses em regime semiaberto, ainda com o monitoramento, podendo sair de casa entre 7hs e 21 hs, "devendo se recolher em domicílio nos finais de semana e feriados em tempo integral".

Além disso, vai prestar 'serviços à comunidade' por vinte horas mensais, limitados ao máximo de dois anos, 'não sendo imposta nenhuma outra restrição ao colaborador'.

Acompanhe tudo sobre:Operação Lava JatoPrisões

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto