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Saúde muda distribuição e vai priorizar estados atrasados na imunização

Marcelo Queiroga também pediu para estados não mudarem intervalo de aplicação de doses sob risco da pasta não conseguir entregar vacinas

 (EVARISTO SA/AFP/Getty Images)

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Agência O Globo

Publicado em 18 de agosto de 2021 às 12h55.

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira que irá mudar a logística de distribuição das primeiras doses da vacina contra a covid-19 para garantir que todos os estados terminem a aplicação da primeira dose. Durante entrevista coletiva, o ministro Marcelo Queiroga também criticou estados que estão alterando os prazos da aplicação da segunda dose. Segundo ele, se isso continuar ocorrendo, a pasta não terá como entregar as doses necessárias.

A mudança na metodologia de distribuição de vacinas ocorre em meio a uma polêmica com o governo de São Paulo, que reclamou publicamente de ter recebido menos doses da Pfizer. Nesta terça-feira, o ministro Ricardo Lewandowski proferiu decisão em que determinou que o Ministério da Saúde entregue as doses necessárias para a segunda dose.

— Estamos vacinando, no estado de São Paulo, adolescentes, e em outros estados ainda não conseguimos chegar na faixa etária de 18 anos. Cumpre ao Ministério da Saúde equilibrar. O mesmo compromisso que o Ministério tem para com os brasileiros que residem em São Paulo, o Ministério tem com os brasileiros que residem no estado do Pará — afirmou.

Durante a entrevista, Queiroga destacou que a vacinação em São Paulo avançou de forma mais rápida porque no estado há mais pessoas encaixadas dentro do grupo prioritários, como trabalhadores de saúde. Além disso, o ministério voltou a afirmar que o governo paulista obteve diretamente do Instituto Butantan mais doses do que o previsto, cerca de 300 mil. A acusação já foi negada pelo governo paulista.

A mudança ocorre para que o governo consiga cumprir sua meta de ter 75% da população adulta vacinada com duas doses.

— São Paulo não recebeu mais doses do que deveria. Recebeu a quantidade de doses adequada para a imunização do grupo prioritário. O que a gente precisa fazer é calibrar isso para que todos os estados recebam também de forma adequada para imunização de todos os brasileiros — disse o secretário-executivo Rodrigo Cruz.

Na prática, o ministro afirmou que estados que já estão vacinando adolescentes sofrerão ajustes no recebimento de doses.

— As doses não são específicas para adolescentes. A vacina para adolescentes é a da Pfizer. Vai haver ajustes em função da necessidade de avançar de maneira equânime nos outros estados. Os estados vão continuar recebendo vacinas, vão aplicar a segunda dose. Esses estados vão receber dose para terminar a imunização. Lembrar que temos a variante Delta, que é uma variável nova — afirmou Queiroga.

Queiroga também criticou estados que estão alterando as regras de aplicação das segundas doses das vacinas. O ministro pediu para que governadores respeitem os prazos definidos pelo plano de imunização. A perspectiva do Ministério é de que em setembro será possível diminuir o intervalo entre doses da vacina da Pfizer para 21 dias.

O ministro também repetiu que o Ministério estuda a aplicação da terceira dose de outras vacinas, mas ainda aguarda estudos científicos sobre o tema.

Na cidade de São Paulo, a prefeitura iniciou por exemplo o cadastro para que a população receba a segunda dose da chamada "xepa", doses que sobram no final do dia da vacinação e correm risco de perder a validade.

— É fundamental que se observe o espaço entre as doses para que consigamos entregar as vacinas com a pontualidade desejada. Se cada estado, cada município resolver a sua própria regra, o Ministério da Saúde não consegue entregar as vacinas com a tempestividade devida e isso atrasará nossa campanha nacional de imunização — afirmou.

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