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Saúde estuda acelerar recrutamento do Mais Médicos para auxiliar distritos indígenas

Secretário de Atenção Primária à Saúde afirmou que território ianomâmi é um dos que mais carece de profissionais, com apenas 5% das vagas ocupadas

Tribo indígena dos Tatuyos da Amazônia - Indio - Aldeia - Cacique - indigenas

foto: Leandro Fonseca
data: 04/2022 (Leandro Fonseca/Exame)

Tribo indígena dos Tatuyos da Amazônia - Indio - Aldeia - Cacique - indigenas foto: Leandro Fonseca data: 04/2022 (Leandro Fonseca/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 23 de janeiro de 2023 às 06h37.

Por causa da desassistência sanitária da população do território Yanomami, o Ministério da Saúde anunciou neste domingo, 22, que estuda acelerar um edital do Programa Mais Médicos para recrutar profissionais para atuação nos Distritos Sanitários Indígenas (Dsei).

De acordo com Nésio Fernandes, secretário de Atenção Primária à Saúde, o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami é um dos que mais carece de profissionais entre os territórios, com apenas 5% das vagas ocupadas.

"Tínhamos um edital só para brasileiros. Só em seguida que faríamos um edital para brasileiros formados no exterior e, depois, para estrangeiros. Frente à necessidade de levarmos assistência à população dos distritos indígenas, especialmente aos Yanomami, queremos fazer um edital em que todos se inscrevam de uma única vez", explica Fernandes.

Nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde decretou emergência em saúde pública em decorrência da desassistência do povo ianomâmi. Os indígenas da região enfrentam uma grave crise de desnutrição e falta de acesso à saúde.

De acordo com o ministério dos Povos Indígenas, pelo menos 570 crianças ianomâmis morreram de fome e por contaminação com mercúrio nos últimos quatro anos, principalmente devido à atuação de garimpeiros ilegais.

Os Dsei são unidades de responsabilidade sanitária federal e correspondem a uma ou mais terras indígenas.

Ainda de acordo com a pasta, a medida é uma das ações da Sala de Situação, criada na sexta-feira (20), para apoiar ações de enfrentamento à desassistência dos povos que vivem no território Yanomami.

Ainda de acordo com Fernandes, com o edital único, quando esgotarem as vagas para brasileiros, aquelas remanescentes automaticamente irão para os brasileiros formados no exterior. Persistindo a vacância, as vagas irão para estrangeiros que queiram participar, de modo que haja um processo mais célere. A ideia é otimizar o trabalho e suprir o atendimento nos distritos indígenas.

"A Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) está garantindo recursos para um edital em andamento, em que há 77 médicos alocados em Dsei. Por isso, a necessidade de um novo edital formulado já a partir desta semana, contemplando a necessidade da saúde indígena", informou o ministério.

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