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Saúde divulga novo protocolo da cloroquina com assinatura de secretários

A decisão do governo é alvo de questionamentos em razão da falta de comprovação científica da eficácia do medicamento contra o coronavírus

Cloroquina: o novo protocolo do remédio foi adotado durante entrevista coletiva do ministério sobre medidas para combate ao novo coronavírus (Yves Herman/Reuters)

Cloroquina: o novo protocolo do remédio foi adotado durante entrevista coletiva do ministério sobre medidas para combate ao novo coronavírus (Yves Herman/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de maio de 2020 às 15h05.

Última atualização em 21 de maio de 2020 às 19h14.

O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira um documento com o novo protocolo para uso ampliado da cloroquina no tratamento da covid-19 com a assinatura de sete secretários da pasta, em meio a questionamentos sobre a iniciativa em razão da falta de comprovação científica da eficácia do medicamento contra a doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.

O novo protocolo foi adotado na véspera e, durante entrevista coletiva do ministério sobre medidas para combate ao novo coronavírus, autoridades da pasta disseram que a proposta contou com apoio interno e externo. Contudo, o documento divulgado inicialmente não continha a assinatura de ninguém.

"Sobre a assinatura do documento das 'orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da COVID-19', o Ministério da Saúde informa que o tema vinha sendo discutido no âmbito do Ministério da Saúde por seu corpo técnico. Para deixar clara a participação e o envolvimento de todas as secretarias, os titulares das pastas assinaram o documento ainda na quarta-feira (20)", disse o ministério em nota nesta quinta-feira.

Subscrevem o documento Mayra Isabel Correia Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; Cleusa Rodrigues da Silveira Bernardo, secretária substituta de Atenção Especializada à Saúde; Robson Santos da Silva, secretário Especial de Saúde Indígena; Daniela de Carvalho Ribeiro, secretária substituta de Atenção Primária à Saúde; Vania Cristina Canuto Santos, secretária substituta de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde; Wanderson Kleber de Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde e Antônio Elcio Franco Filho, secretário-executivo substituto.

Mais cedo, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) tinha divulgado uma nota em que questionava o protocolo sobre o uso do medicamento e pediu união entre os três níveis de governo --federal, estadual e municipal-- no combate à pandemia do novo coronavírus.

Na nota, os secretários de Saúde afirmam que o próprio protocolo sobre o uso da cloroquina nos estágios iniciais da doença lembra que não há comprovação científica da eficácia do medicamento contra a enfermidade respiratória causada pelo novo coronavírus e diz que o documento é de responsabilidade total do ministério, não tendo sido discutido com Estados e municípios.

O ministério mudou o protocolo de uso da cloroquina para recomendar sua adoção desde os sintomas iniciais da Covid-19 atendendo a exigência do presidente Jair Bolsonaro. Até agora, o uso da cloroquina no Brasil tinha um protocolo do ministério apenas para casos graves.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterou na quarta-feira que não recomenda a utilização da cloroquina para o tratamento da Covid-19, diante da falta de comprovação científica de eficácia.

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