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Saúde amplia dose de reforço para adolescentes de grupo prioritário

O governo considerou como "preocupante" o aumento de casos e óbitos relacionados à baixa cobertura vacinal, e a alta circulação da variante ômicon

O governo indica os imunizantes da AstraZeneca, Janssen e da Pfizer como prioritários (Geovanna Albuquerque/Agência Saúde DF/Agência Brasil)

O governo indica os imunizantes da AstraZeneca, Janssen e da Pfizer como prioritários (Geovanna Albuquerque/Agência Saúde DF/Agência Brasil)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 18h53.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2022 às 19h10.

O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica na noite desta quarta-feira, 9, em que amplia a dose de reforço da vacina contra a covid-19 para adolescentes entre 12 e 17 anos. O documento especifica que a parcela que receberá a dose extra é somente aquela que se encaixa no grupo prioritário de imunocomprometidos.

Se enquadra nesta condição quem está passando por quimioterapia, que fez algum tipo de transplante de órgãos ou de células-tronco, que vive com HIV/aids, que faz hemodiálise, entre outros.

A recomendação é para a aplicar a dose extra a partir de quatro meses depois da segunda dose, e indica os imunizantes da AstraZeneca, Janssen e da Pfizer como prioritários.

A nota técnica diz ainda que há uma amplificação da resposta imune com doses adicionais. Além disso, considerou como "preocupante" o aumento de casos e óbitos relacionados à baixa cobertura vacinal, e a alta circulação da variante ômicon, mais transmissível, no país.

Dados do Ministério da Saúde mostram que 151.535.535 pessoas receberam as duas doses da vacina contra a covid-19, ou a dose única, e estão totalmente protegidas. Este valor é a soma dos 26 estados mais o Distrito Federal e equivale a 70,54% da população brasileira. Considerando apenas quem já pode tomar a vacina, isso equivale a pouco mais de 75% da população.

A dose de reforço já foi aplicada em mais de 37 milhões de pessoas. No caso das crianças, de 5 a 11 anos, a vacinação alcançou 19% em todo o país. São Paulo é o estado mais avançado, com 52,62% da população pediátrica imunizada com a primeira dose.

SP estuda aplicar dose de reforço em toda a população

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse, nesta quarta-feira, 9, que o estado está se preparando para aplicar uma quarta dose de vacina contra a covid-19 na população paulista. O esquema seria adotado independentemente de uma recomendação ou não do Ministério da Saúde, que ainda avalia o tema. Uma reunião do Comitê Científico de São Paulo, na quinta-feira, 10, deve definir uma posição.

"A hipótese [da quarta dose] já é avaliada pelo Comitê Científico. Não só avaliada, ela já é confirmada pelo Comitê Científico aqui do governo de São Paulo", disse ele em entrevista à rádio Eldorado na manhã desta quarta-feira. Poucas horas depois, em coletiva de imprensa, Doria disse que o governo ainda avalia o tema e que não há uma data confirmada para o início da aplicação.

Na mesma entrevista coletiva no começo da tarde, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que o foco ainda é vacinar quem não está imunizado.

"Nós ainda não definimos como será a estratégia de reforço. Temos de focar aqueles que não tomaram sequer a segunda dose, principalmente jovens de 12 a 19 anos. Estaremos discutindo nessa reunião [do Comitê Científico] entendendo que o governo do estado vê a necessidade de uma dose de reforço que deve ser anual", afirmou.

Especialistas em saúde pública ouvidos por EXAME dizem que a iniciativa é bem-vinda, mas que é preciso avançar na vacinação de toda a população já elegível, acima de 5 anos.

No começo desta semana, o Ministério da Saúde informou em uma nota técnica que ainda não há dados suficientes para recomendar uma segunda dose de reforço da vacina contra a covid-19. Em entrevista, o ministro Marcelo Queiroga disse que há o debate interno dentro da pasta sobre o assunto, mas que "ainda não é o momento".

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