Brasil

Sarney Fillho não se compromete com retomada da Samarco

Após sobrevoar áreas atingidas pela tragédia ambiental em novembro, considerada a pior da história do Brasil, o ministro se disse "enormemente preocupado"


	José Sarney Filho: Para ele, há indícios de que novos volumes de lama permanecem a caminho dos rios
 (Luiz Xavier/Câmara dos Deputados)

José Sarney Filho: Para ele, há indícios de que novos volumes de lama permanecem a caminho dos rios (Luiz Xavier/Câmara dos Deputados)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2016 às 15h41.

O novo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV-MA), visitou Mariana (MG) nesta segunda-feira, onde uma barragem da mineradora Samarco se rompeu no ano passado, e afirmou que não apoiará o retorno das atividades da empresa enquanto não houver certeza de que a tragédia se encerrou.

Após sobrevoar áreas atingidas pela tragédia ambiental em novembro, considerada a pior da história do Brasil, o ministro se disse "enormemente preocupado".

Para Sarney Filho, há indícios de que novos volumes de lama permanecem a caminho dos rios.

"Eu não me sinto à vontade para participar de nenhum ato ainda que possa concorrer para facilitamento para a volta das atividades", afirmou Sarney Filho, depois de se reunir com o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS).

No encontro, o ministro se recusou a assinar um termo de conformidade onde a cidade de Mariana permite que a empresa volte a operar, assim que conseguir as licenças necessárias.

"Enquanto não tiver certeza, enquanto não tiver convicção de que a tragédia está encerrada e de que novas providências de segurança serão tomadas, eu não vou entrar nesse assunto."

Sarney Filho frisou que o ministério fará um "pente fino" para checar se as ações que estão sendo tomadas pela Samarco estão corretas ou se precisam passar por alguma correção.

Em 5 de novembro, o rompimento da barragem da Samarco, uma joint venture da Vale com a BHP Billiton, despejou milhões de metros cúbicos de lama em diversas comunidades e deixou 19 mortos.

Os rejeitos de mineração atingiram ainda o Rio Doce e percorreu diversas cidades até atingir o mar capixaba.

Mudanças na legislação

Segundo Sarney Filho, a tragédia mostrou a necessidade de uma reforma na legislação para a indústria de mineração.

"Hoje a legislação da atividade minerária é voltada para privilegiar a atividade sem dar garantias socioambientais", afirmou o ministro, que coordenou até a semana passada a Comissão Externa da Câmara dos Deputados criada para acompanhar as providências adotadas após a tragédia.

O relatório da comissão inclui o projeto de lei 5263/16, que institui o Código de Mineração Brasileiro.

O ministro defendeu ainda a necessidade de reformas no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

"Nós vamos recomendar que tenha mais investimentos, vamos defender que esses investimentos existam. Não é possível que o DNPM continue da maneira que está, é um órgão sem estrutura frente às enormes responsabilidades que ele tem", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasMariana (MG)Ministério do Meio AmbienteSamarco

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas