"Exijo respeito pela história de vida da governadora, ao contrário da história de vida de Paulo Roberto", declarou José Sarney Filho (Luiz Xavier/Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2015 às 21h38.
Brasília - O líder da bancada do PV na Câmara dos Deputados, Sarney Filho (MA), compareceu na tarde desta terça-feira, 25, à CPI da Petrobras para rebater as declarações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de que a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB-MA) recebeu recursos do esquema de corrupção.
Exaltado, Zequinha Sarney, como é chamado, disse que as acusações eram falsas.
"É minha obrigação vir aqui repor a verdade. Em nenhum momento a governadora confirmou qualquer tipo de coisa. Exijo respeito pela história de vida da governadora, ao contrário da história de vida de Paulo Roberto", declarou o irmão da ex-governadora.
Zequinha não é membro da comissão, mas pode defender a peemedebista usando o tempo regimental concedido a líderes partidários.
Costa disse hoje na acareação com o doleiro Alberto Youssef que Roseana confirmou o recebimento do recurso. Já o doleiro negou que tenha enviado valores para a peemedebista.
"Não entreguei nenhum valor ao (Edison) Lobão e à Roseana à pedido do Paulo Roberto", afirmou.
Outra divergência entre os delatores é sobre o pagamento de recursos para a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010 com intermediação do ex-ministro Antonio Palocci. Costa diz que o repasse foi feito, mas o doleiro declarou que não conhece o petista.
Segundo Youssef, um novo delator vai detalhar o suposto pedido feito por Palocci.
Pressão
O doleiro foi questionado pelo petista Jorge Solla (BA) sobre o suposto esquema de corrupção envolvendo Furnas e os tucanos de Minas Gerais, mais precisamente sobre a participação do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Youssef disse que o esquema foi relatado a ele pelo ex-deputado José Janene (PP-PR).
Questionado sobre possíveis repasses ao senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), o doleiro disse que a ele coube apenas enviar o dinheiro.
"Mandei dinheiro sim a Belo Horizonte, mas não fui eu quem foi lá entregar. Então, a mim não foi dito que era para o Anastasia. Quem foi lá entregar foi o Jaime (de Oliveira), só ele pode dizer a quem entregou. Eu não posso dizer que recebi um endereço, um nome, e mandei entregar. Esse nome que eu recebi, me lembro muito bem, não era o Anastasia. Tinha outro nome e tinha outro endereço."