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São Paulo registra 365 mortes por covid-19 em 24h e bate novo recorde

O estado tem um total de 11.132 vítimas. Segundo governo, número reflete cenário de algumas semanas atrás e não está relacionado com reabertura da economia

Hospital de campanha do Anhembi em São Paulo. (TIAGO QUEIROZ/Estadão Conteúdo)

Hospital de campanha do Anhembi em São Paulo. (TIAGO QUEIROZ/Estadão Conteúdo)

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Clara Cerioni

Publicado em 16 de junho de 2020 às 13h30.

Última atualização em 16 de junho de 2020 às 16h52.

Um dia depois de reduzir a previsão de mortes por covid-19 até o fim de junho, São Paulo registrou um recorde de vítimas em 24 horas: 365.

Foram 11.132 óbitos no estado esde o início da pandemia. O balanço foi divulgado pela Secretaria da Saúde em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 16.

O boletim ainda traz que 190.285 pessoas foram infectadas pelo coronavírus, um aumento de 8.825 novos casos no período de um dia. O número também é um recorde.

Para Carlos Carvalho, coordenador do Centro de Contingência de Coronavírus em São Paulo, este aumento se explica pela capacidade de testagem, que também cresceu.

O estado já realizou mais de 600 mil testes, sendo 525 mil para casos leves, e mais de 76 mil em casos mais graves, em que os pacientes estavam internados.

"Como era esperado, na avaliação de segunda para terça dá um novo salto. Apesar do número absoluto estar grande, não está diferente da média. Se pegarmos os últimos três dias e dividirmos por 3, tem uma média de 185 mortes por dia", disse Carvalho em entrevista no Palácio dos Bandeirantes.

Os membros do Comitê de Saúde ponderaram também que este aumento não tem ligação com a abertura da economia no estado, desde o começo de junho. Segundo os especialistas, é preciso mais tempo para avaliar os impactos.

"Este é um fenômeno esperado porque conforme novos municípios registram o primeiro caso, passam a registrar também mortes. E o número de mortes registrado hoje, é reflexo de algo que aconteceu há 20 ou 30 dias", explicou o secretário executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo.

"O melhor indicador para avaliar é a demanda de internação hospitalar. Na 20ª semana [do ano] teve a maior demanda de internação por doença respiratória. Nós estamos agora na 25ª semana. Depois houve uma redução gradativa. Mas isso pode ser momentâneo. Precisamos olhar como isso vai se comportar nas próximas semanas", completou Gabbardo.

Pandemia vai para o interior

Carlos Carvalho alertou que há uma tendência de queda de mortes e casos na capital mas um crescimento no interior. Atualmente, metade das mortes por coronavírus no estado estão fora da cidade de São Paulo.

"Quando olhamos o estado, vemos a diferença entre capital e interior. Agora estamos fazendo análises de alguns indicadores para ver se esse aumento de óbitos é passível de alguma intervenção", disse ele.

Na última semana, quando houve uma revisão da quarentena em todo o estado, as cidades do interior regrediram de fase, ocasionando o fechamento de parte da economia. A região metropolitana foi no sentido contrário, com mais setores abrindo.

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