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São Paulo passa China em mortes, e lockdown pode ser decretado por Doria

Estado tem quase 4.700 mortes por coronavírus, e sistema de saúde está perto do colapso na capital

Doria: governador pode declarar o lockdown em São Paulo (Governo do estado de São Paulo/Flickr)

Doria: governador pode declarar o lockdown em São Paulo (Governo do estado de São Paulo/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2020 às 07h38.

Última atualização em 25 de maio de 2020 às 00h02.

Os casos de coronavírus seguem avançando no estado de São Paulo e podem levar a medidas de isolamento social mais rígidas. Em entrevista publicada nesta segunda-feira 18 de maio no jornal O Estado de S. Paulo, o governador João Doria (PSDB) afirmou que o lockdown, a medida mais rígida de isolamento, pode ser decretado no estado se o comitê estadual de saúde julgar necessário. "Em São Paulo vai prevalecer a decisão médica, da ciência e da saúde", afirmou.

O governador afirmou ainda que em caso de lockdown em São Paulo só se desloca quem está em áreas de absoluta necessidade, como segurança pública, saúde, serviços básicos e abastecimento. Um dado decisivo para o estado chegar a essa decisão, segundo Doria, é o esgotamento de leitos de UTI. "É tudo que não desejamos", afirmou.

Ainda no começo da manhã desta segunda, 18, em entrevista à rádio CBN, o governador explicou que o lockdown é constantemente analisado, mas não será anunciado de uma hora para a outra.

“Esse protocolo [o lockdown] existe, está pronto faz tempo, mas ele não é iminente. Não há perspectivas de sua aplicação imediata. Esse protocolo só será colocado em prática se o comitê de saúde do estado assim determinar”, declarou o governador, que afirmou que o aviso será feito com antecedência.

“Todos os dias o comitê se reúne virtualmente, às 11h30 da manhã, para avaliar o lockdown em São Paulo", acrescentou o governador, que explicou que o número de leitos de UTI disponíveis e a taxa de isolamento acima de 50% é que vão determinar se haverá o endurecimento da quarentena.

Doria também disse à CBN que na quarta-feira 20 fará um anúncio sobre a segunda fase da testagem em massa da população de São Paulo. “Nós compramos mais 2 milhões de testes, e eles já começaram a ser feitos, priorizando os profissionais de saúde e de segurança pública. Depois dessa fase, que deve terminar na quarta-feira, devemos iniciar a próxima”, disse.

Os índices de isolamento social seguem muito abaixo da meta de 70% determinada pelas autoridades. No fim de semana o número de mortos por coronavírus no estado chegou a 4.688, superando a China. Se fosse um país, São Paulo seria o décimo terceiro em número de mortes. O número de casos passou de 62.000, o que seria suficiente para fazer de São Paulo o décimo quarto colocado, logo atrás do Canadá e acima da Bélgica.

A capital do estado, sozinha, tem 2.760 mortos e mais de 3.000 casos suspeitos. Ontem, o prefeito Bruno Covas afirmou que a cidade está perto do colapso no sistema de saúde, com 90% de ocupação dos leitos de UTI e de 76% dos leitos de enfermaria. Covas disse ainda que o lockdown na cidade depende de uma decisão do governo do estado, uma vez que ele não tem poder de polícia. Covas voltou a afirmar que a cidade precisa "desacelerar" para diminuir o ritmo de contágio.

Sem elevar níveis de isolamento social, a prefeitura de São Paulo anunciou no domingo 17 o fim do rodízio ampliado. A circulação de carros na capital paulista volta ao normal, com a restrição de acordo com o número final da placa e o dia da semana.

No fim de semana o Brasil ultrapassou a Espanha e a Itália e agora é o quarto país com mais casos de coronavírus, atrás apenas de Estados Unidos, Rússia e Reino Unido. São 241.080 casos confirmados e 16.118 mortes. Nesta segunda-feira o Pará ampliou o lockdown para mais sete municípios. Cidades do Maranhão, Ceará e Rio de Janeiro também já decretaram regras mais rígidas de isolamento social.

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