Franca - Apesar de registrar mais chuva neste mês, o número de municípios que estão racionando água em São Paulo aumentou.
Há um mês, estava em 38, caiu para 30 e, agora, já são 40 as cidades que retomaram o rodízio ou engrossaram a lista nos últimos dias.
A estimativa é de que em todo o Estado pelo menos 2 milhões fiquem com torneiras secas em parte do dia.
Em Santa Rita do Passa Quatro, o racionamento foi retomado nesta segunda-feira,24, após 20 dias de cortes eventuais.
A partir de agora, o fornecimento será interrompido por 12 horas diárias, das 7 às 19 horas.
A prefeitura prevê que é preciso chover 300 milímetros para que a represa que abastece o município volte ao normal.
Em Cristais Paulista, os moradores passaram, também nesta semana, a ficar 18 horas sem água diariamente, três vezes mais do que ocorria até a semana passada - quando o corte era de 6 horas por dia.
Mesmo com o auxílio de represas particulares, o reservatório da cidade está com apenas 10% da capacidade.
Em outubro, as aulas na rede pública chegaram a ser suspensas, com o racionamento de 20 horas por dia.
Posteriormente, esse período foi reduzido e, agora, novamente, é ampliado.
"Se não chover pode aumentar ainda mais", disse o prefeito Miguel Marques (PSDB).
Em Olímpia, o racionamento foi estendido em quatro horas. Anteriormente, a população ficava sem água da meia-noite às 7 horas, mas agora as torneiras estão secas das 21 às 8 horas.
Uma campanha também orienta os moradores a reduzir ao máximo o consumo.
Sem chuva
Em Casa Branca o racionamento foi retomado após as chuvas não resolverem o problema.
Para normalizar a situação seriam necessários 100 milímetros de precipitação, mas a região deve fechar novembro com um terço disso (33 mm), segundo o Departamento de Água e Esgoto (DAAE).
Em algumas cidades o racionamento está começando agora, época que normalmente é de chuva.
Em Santa Bárbara dOeste, o corte de 12 horas por dia foi iniciado ontem e atingirá todos os bairros das 11 às 16 e das 22 às 5 horas.
Já em Iracemápolis, o racionamento de 9 horas começou neste mês, após as represas do município secarem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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1. Desperdício
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1/23 (Pedro França/Agência Senado)
São Paulo - De toda água tratada em 23% das grandes cidades do Brasil, mais da metade é perdida antes de chegar às torneiras das residências ou empresas. É o que mostra levantamento feito com base no Ranking do Saneamento, feito pela ONG Trata Brasil com base em números de 2012 divulgados pelo Ministério das Cidades. Em São Paulo, que vive a pior crise hídrica de sua história, 36% da água tratada se perde pelo caminho. “Dentro desse número, você tem vazamentos, que é a maior parte, ligações clandestinas e roubo de água”, afirma Edson Carlos, presidente da instituição. Porto Velho (RO) lidera em índice de perdas. Por lá, 70% da água tratada não chega até o consumidor. “Índices acima de 50% sinalizam uma rede totalmente fora de controle. É um descaso total”, afirma o especialista. Além da falta de água para a população, esta postura de má gestão influencia também o faturamento das empresas responsáveis pelo tratamento de água e esgoto. A Trata Brasil estima que a redução em 10% do volume de água perdido todos os anos renderia mais de 1,3 bilhão de reais para as 100 maiores cidades do Brasil. A solução, segundo o especialista, vai desde o mapeamento de possíveis vazamentos no sistema de abastecimento até medidas simples como controle da vazão.
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2. Porto Velho (RO) - 70,68% de perdas
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2/23 (Filipux/Wikimedia)
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3. Macapá (AP) - 69,44% de perdas
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3/23 (Jorge Junior/ Secom Amapá)
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4. Cuiabá (MT) - 67,44% de perdas
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4/23 (Wikimedia Commons)
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5. Maceió (AL) - 64,29% de perdas
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5/23 (Divulgação / Christian Knepper)
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6. Jaboatão dos Guararapes (PE) - 62,97% de perdas
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6/23 (Wikimedia Commons)
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7. Rio Branco (AC) - 62,47% de perdas
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7/23 (Embratur)
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8. Varzea Grande (MT) - 62,13% de perdas
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8/23 (Matheus Hidalgo/Wikimedia Commons)
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9. Mossoró (RN) - 59,93% de perdas
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9/23 (Wikimedia Commons)
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10. Recife (PE) - 59,85% de perdas
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10/23 (REUTERS/Dominic Ebenbichle)
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11. Aracaju (SE) - 57,58% de perdas
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11/23 (Divulgação / André Moreira)
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12. Natal (RN) - 57,16% de perdas
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12/23 (Divulgação/Embratur)
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13. Boa Vista (RR) - 54,99% de perdas
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13/23 (Embratur/Fotos Públicas)
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14. Teresina (PI) - 54,76% de perdas
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14/23 (Embratur/Fotos Públicas)
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15. Canoas (RS) - 54,38% de perdas
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15/23 (Divulgação)
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16. Paulista (PE) - 54.04%
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16/23 (Wagner de Lima/ Wikimedia Commons)
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17. Ananindeua (PA) - 53,02% de perdas
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17/23 (Hallel/Wikimedia Commons)
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18. Cariacica (ES) - 52,99% de perdas
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18/23 (Lucas Calazans/ Divulgação/Perfil do Facebook de Cariacica)
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19. São Vicente (SP) - 52,39% de perdas
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19/23 (Fabio Luiz/Wikimedia Commons)
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20. Bauru (SP) - 52,51% de perdas
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20/23 (Wikimedia Commons)
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21. Caruaru (PE) - 51,50% de perdas
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21/23 (Leo Caldas/EXAME.com)
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22. Olinda (PE) - 50,97% de perdas
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22/23 (Jan Ribeiro/Pref.Olinda)
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23. Salvador (BA) - 50,37% de perdas
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23/23 (Camila Souza/GOVBA)