(Eduardo Frazão/Exame)
Carolina Riveira
Publicado em 8 de setembro de 2020 às 15h00.
Última atualização em 22 de setembro de 2020 às 13h22.
Além de ser a maior cidade do país, São Paulo também é a mais inteligente e conectada do Brasil em 2020. É o que mostra o Ranking Connected Smart Cities, divulgado nesta terça-feira, 8, e antecipado com exclusividade por EXAME.
Das seis edições do ranking, a capital paulista ficou em primeiro lugar também em 2016 e 2017. No ano passado, Campinas ocupou a primeira posição, e em 2018 foi Curitiba.
A lista com as cidades mais inteligentes e contactadas é o resultado de um estudo elaborado pela consultoria Urban Systems, em parceria com a Necta. No total, foram mapeados 673 municípios com mais de 50.000 habitantes. O objetivo é identificar as cidades com maior potencial de desenvolvimento no país.
A avaliação levou em conta 70 indicadores que passam por mobilidade, meio ambiente, urbanismo, tecnologia, empreendedorismo e economia. Do total de quesitos, 69 ganharam o peso 1. Apenas o indicador de escolaridade do prefeito é que teve peso de 0,5. Com isso, a pontuação máxima é de 69,5.
A cidade de São Paulo se destacou em quatro principais indicadores: urbanismo (ficou em 2º lugar); empreendedorismo (2º); economia (5º); e governança (12º).
"Quando a gente pensa em cidade inteligente, não é necessariamente tecnológica. É um eixo de mobilidade e acessibilidade, encurtar o distanciamento e criar conexões. São Paulo é uma cidade com maior independência e diversidade econômica do país. Desde a aprovação do Plano Diretor, em 2014, o ambiente ficou propício para isso", explica Willian Rigon, executivo do Urban Systems responsável pelo Ranking Connected Smart Cities.
Em relação à 2019, todas as notas gerais tiveram uma leve queda. Para Rigon, pandemia de covid-19 teve um impacto modero no estudo porque a maior parte dele foi feito antes do primeiro caso da doença no país.
A capital de Santa Catarina passou do 7º lugar, em 2019, para a 2º posição, em 2020, com uma das maiores ascensões do ranking. De acordo com Rigon, o eixo de educação foi o que puxou a cidade para cima. "Este quesito influencia em todos os outros porque ele cria um ecossistema de crescimento", diz.
Mais do que uma lista, o Ranking Connected Smart Cities é um recurso que os gestores públicos podem utilizar para identificar os pontos fortes e fracos das cidades. Além disso, permite conhecer e identificar experiências que derem certo em diferentes lugares do Brasil.
"A gente quer que o estudo melhore a qualidade de vida das pessoas. É uma ferramenta para os gestores públicos usarem com o objetivo de melhorar a sua cidade. Cada um precisa entender as especificidade das regiões e se inspirar em boas práticas", enfatiza Paula Faria, idealizadora da plataforma Connected Smart Cities e Mobility e CEO da Necta
Para debater como fazer esta transformação das cidades brasileiras, a partir desta terça-feira, 8, até a quinta, 10, é realizado o Connected Smart Cities e Mobility. Pela primeira vez, o evento é em formato totalmente virtual que vai contar com cerca de 70 painéis e 300 palestrantes nacionais e internacionais.
Toda a programação e as inscrições podem ser conferidas no site.