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São Francisco seca e ameaça agricultura em MG

Quem olha hoje para o maior rio brasileiro, o São Francisco, vê ilhas de pedras e areia


	Rio São Francisco: presente em 521 municípios, nem o maior rio brasileiro suporta a estiagem
 (Danilo Pereira/Wikimedia Commons)

Rio São Francisco: presente em 521 municípios, nem o maior rio brasileiro suporta a estiagem (Danilo Pereira/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2014 às 08h57.

São Paulo - Desde julho, uma situação inusitada ameaça os 21 produtores de frutas do Projeto Pirapora, em Minas Gerais, referência por ter sido em 1975 a primeira experiência de irrigação com as águas do São Francisco em Minas Gerais. O rio começou a baixar rapidamente. E baixou tanto que o local da captação de água foi invadido pela areia.

Desesperado, Nadson Martins, gerente do projeto, fez uma gambiarra. Arrumou uma escavadeira, rasgou o leito do rio, abriu um canal e pediu emprestadas bombas flutuantes para jogar água no encanamento do sistema de irrigação. "Sem a água do São Francisco, o projeto não existe: se não chover logo, podemos passar a chave no portão e ir embora."

Entre os rios 100% brasileiros - que nascem e deságuam dentro das fronteiras do País -, o maior é o São Francisco. A sua bacia hidrográfica ocupa 7,5% do País. Está presente em 521 municípios, quase 10% do total nacional. No entanto, apesar do porte e da tradição de resistência às intempéries climáticas, nem ele suporta a estiagem.

A reportagem percorreu 1,7 mil km de estradas - metade delas de terra beirando o São Francisco - para ver de perto a situação do rio. O trecho escolhido foi o chamado Alto São Francisco, em Minas. Pelo caminho, encontrou plantações de café e eucalipto amarelando, gado magérrimo em busca de abrigo sob árvores sem folhas, fazendas com pivôs de irrigação desligados e a terra nua à espera da chuva para o plantio.

Junto ao rio, o que mais se avista é o seu fundo, que emergiu criando ilhas, ora de pedras, ora de areia. Em outros pontos, abriram-se poças. Lá os peixes são presas fáceis para a pesca, a essa altura já considerada predatória, dada a facilidade com que cardumes inteiros são capturados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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