Jovem faz embaixadinhas com bola de futebol em frente a muro com pintura da bandeira do Brasil, em favela do Rio de Janeiro (Buda Mendes/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2014 às 10h15.
São Bernardo do Campo - O São Bernardo Futebol Clube divulgou na manhã desta sexta-feira uma mensagem de repúdio ao ato de racismo contra o volante Marino. O jogador foi alvo de ofensa racial na partida contra o Paraná, na noite de quinta-feira, em duelo válido pela Copa do Brasil, em Curitiba. A frase "Diga não ao racismo" ganhou destaque no site do clube paulista.
Além disso, a imagem traz a mensagem "Fechado com o Marino", lembrando a expressão usada na defesa do volante Tinga, do Cruzeiro, que foi hostilizado pelos torcedores do Real Garcilaso, no Peru, em jogo da Copa Libertadores.
"Por meio do presidente Luiz Fernando Teixeira Ferreira, o São Bernardo lamenta a atitude da torcida adversária perante seu atleta e repudia qualquer tipo de discriminação", registrou o clube, em nota publicada no site.
Marino foi expulso no fim do segundo tempo, quando o São Bernardo perdia por 3 a 1. No caminho do vestiário ouviu insultos dos torcedores do Paraná. O jogador foi chamado de "macaco" e "gorila".
"Vim aqui para fazer o meu melhor jogo pelo São Bernardo, deixei minha família e filhos em casa. Minha esposa tem a minha cor e eu tenho que ouvir esse tipo de coisa. Isso é triste, isso aqui no Brasil está ficando comum. Cada dia está pior. A maioria da população é negra, não sei como isso acontece", disse Marino em entrevista às rádios locais.
Marino foi orientado por seu clube a registrar um Boletim de Ocorrência e seguiu para a Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), que funciona no próprio estádio em dias de jogos, ao fim da partida. O presidente do Paraná, Rubens Bohllen, também compareceu ao posto policial, assim como um jornalista, como testemunhas.
Já o mandatário do São Bernardo, Luiz Fernando Ferreira, afirmou que irá até as últimas consequências. "Ele (Marino) quase perdeu a cabeça. Começou a chorar e, ao fim do jogo, quando chegamos ao vestiário, ele ainda estava chorando. Isso é inadmissível", disse.