Obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia (ABr/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2014 às 21h18.
Brasília - O presidente da Santo Antônio Energia, Eduardo de Melo Pinto, disse que a paralisação das obras da usina é uma consequência "obrigatória e inevitável" do colapso do projeto.
Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o executivo disse não haver nenhuma briga entre a concessionária e o consórcio construtor da usina, que informou nesta segunda-feira, 01, ter iniciado um processo de demissões no canteiro de obras.
"Esse processo é a consequência obrigatória e inevitável do colapso do projeto", afirmou. A Santo Antônio Energia informou ao consórcio, em 23 de agosto, por meio de correspondência, que não tem mais dinheiro para pagar pelas obras da usina.
Por essa razão, o consórcio informou hoje que paralisou as obras e iniciou um processo de demissão de operários.
Também alegando falta de recursos, a empresa depositou apenas 10% do valor devido em dívidas com a compra de energia no mercado de curto prazo. A concessionária precisa de um aporte de R$ 860 milhões para honrar o pagamento de julho, que vence em setembro.
Inadimplente na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a Santo Antônio Energia pode sofrer sanções pesadas e ser desligada do mercado.
Neste caso, seus financiamentos podem ser suspensos, o que levaria ao vencimento antecipado de suas dívidas. Para evitar essa situação, Melo Pinto disse que solicitou o adiamento da data de pagamento da energia, que vence na próxima segunda-feira, 08.
"Se a ruína do projeto não é algo desejado, se querem evitar a ruína, suspendam e posterguem a liquidação na CCEE", afirmou, ressaltando que a postergação do pagamento foi autorizada duas vezes neste ano para as distribuidoras de energia.