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Santander não acatará decisão do MPF para reabrir mostra

Segundo o procurador Fabiano de Moraes, o precedente do fechamento de uma exposição artística causa um efeito prejudicial à liberdade de expressão artística

Queermuseu: a data para encerramento da exibição estava marcada para o dia 8 de outubro (Santander Cultural/Divulgação)

Queermuseu: a data para encerramento da exibição estava marcada para o dia 8 de outubro (Santander Cultural/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de setembro de 2017 às 15h23.

Porto Alegre - O Santander Cultural, por meio de sua assessoria de comunicação, afirmou na manhã desta sexta-feira, 29, que não irá acatar a recomendação do Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul para reabrir a exposição Queermuseu - Cartografias da Diferença da Arte Brasileira.

Em nota, a instituição afirma: "A mostra Cartografias da Diferença da Arte teve sua exibição finalizada no Centro Cultural de Porto Alegre, de cunho privado, no dia 10.9.17 e não será reaberta conforme comunicado do mesmo dia".

A data para encerramento da exibição estava marcada para o dia 8 de outubro, mas foi fechada após protestos de um grupo de pessoas ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL). No entender da organização, as imagens eram consideradas ofensivas e faziam apologia à pedofilia e zoofilia.

Na quinta-feira, 28, o Santander Cultural havia sido notificado pelo MPF/RS, recomendando para num prazo de 24 horas reabrir as portas da exibição ao público gaúcho.

Segundo procurador da República Fabiano de Moraes, o precedente do fechamento de uma exposição artística causa um efeito deletério a toda liberdade de expressão artística, trazendo a memória situações perigosas da história da humanidade, como a destruição de obras na Alemanha durante o período de governo nazista.

Ele ressaltou ainda que as obras que trouxeram maior revolta em postagens nas redes sociais não fazem apologia ou incentivo à pedofilia, conforme manifestação pública dos promotores de Justiça do Ministério Público Estadual.

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