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Santa Casa de SP recua e suspende demissões

A instituição planejava demitir mais de mil funcionários para reduzir custos com folha de pagamento


	Santa Casa de Misericórdia de São Paulo: o corte de 20% da folha de pagamento representaria uma economia de cerca de R$ 4 milhões mensais
 (Hélio Bertolucci Jr./Flickr/Creative Commons)

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo: o corte de 20% da folha de pagamento representaria uma economia de cerca de R$ 4 milhões mensais (Hélio Bertolucci Jr./Flickr/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 14h17.

Em crise financeira, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo decidiu recuar no plano de demissões anunciado em dezembro. Conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo no mês passado, o superintendente da instituição, Irineu Massaia, planejava demitir mais de mil funcionários para reduzir custos com folha de pagamento.

Na quarta-feira, 28, a Mesa Administrativa da entidade decidiu suspender a medida.

Nenhum funcionário havia sido demitido até então, mas o número de dispensas (1.100) já havia sido comunicado pela direção do complexo hospitalar ao Ministério Público do Trabalho (MPT), em audiência realizada na sexta-feira passada.

Em reunião realizada na manhã de quarta, no entanto, a Mesa Administrativa, formada por 50 integrantes da irmandade da Santa Casa, incluindo o provedor, decidiu suspender o plano de demissões e realizar um novo estudo de readequação do quadro de funcionários.

Em dezembro, o superintendente havia dito que um primeiro estudo apontou excesso de funcionários, principalmente da área administrativa.

Ele afirmou que o corte de 20% da folha de pagamento representaria uma economia de cerca de R$ 4 milhões mensais para a Santa Casa.

Auditoria externa encomendada pela Secretaria Estadual da Saúde e divulgada também em dezembro apontou o problema na folha de pagamento.

De acordo com os auditores, a Santa Casa apresenta uma média de 21 funcionários por leito, enquanto a média dos demais hospitais é de cinco trabalhadores por leito.

A assessoria da Santa Casa não informou se as demissões não ocorrerão mais ou se serão realizadas futuramente.

Outra medida

A reunião desta quarta foi a primeira após a licença de Kalil Rocha Abdalla, provedor que pediu afastamento. O cargo está sendo ocupado interinamente pelo vice, Ruy Altenfelder, por pelo menos 90 dias, prazo inicial da licença.

No encontro, a Mesa também aprovou a venda de imóveis desocupados da Santa Casa. O objetivo, de acordo com a assessoria da entidade, é conseguir dinheiro para reequilibrar as contas da instituição, que acumula déficit financeiro superior a R$ 400 milhões.

Não foram informados quantos imóveis serão vendidos nem o valor previsto de arrecadação com as transações.

Ato

Durante a reunião, mais de 200 funcionários da Santa Casa fizeram um protesto na frente da Provedoria da instituição, pedindo a saída definitiva de Abdalla.

Para que isso aconteça, seria necessária a renúncia espontânea dele ou a convocação de uma assembleia extraordinária da irmandade para a realização de novas eleições.

A assembleia pode ser convocada pelo provedor em exercício ou se mais de um quinto dos cerca de 500 membros da irmandade assinar um requerimento solicitando a convocação. A assessoria da Santa Casa não quis falar sobre o ato.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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