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Sangue frio foi trunfo da campanha do PT, diz especialista

Campanha de Dilma Rousseff manteve sangue frio e garantiu a vitória, afirma Wagner Romão; para ele, Aécio Neves (PSDB) saiu da eleição maior do que entrou

Dilma Rousseff faz visita ao lote 5 da Ferrovia Norte-Sul (Ichiro Guerra/ Dilma 13)

Dilma Rousseff faz visita ao lote 5 da Ferrovia Norte-Sul (Ichiro Guerra/ Dilma 13)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 26 de outubro de 2014 às 20h31.

São Paulo - A vitória da candidata Dilma Rousseff (PT), reeleita presidente com 51,6% dos votos, se deu, em parte, pelo ‘sangue frio’ de sua campanha nos momentos difíceis do segundo turno, na avaliação do cientista político Wagner Romão. O adversário Aécio Neves (PSDB) teve 48,4% dos votos (com 99,7% das urnas apuradas). 

“A candidata Dilma e sua campanha mantiveram o sangue frio naquele momento difícil que foi o início do segundo turno, quando as pesquisas davam uma ligeira dianteira para Aécio”, lembra Romão.

Outro trunfo da campanha, na visão do cientista político, foi ter dado uma resposta rápida às denúncias publicadas pela revista Veja, que chegou às bancas na última sexta-feira.

O programa de TV da candidata petista teve grande parte de seu tempo ocupado com uma resposta da presidente às acusações.

“Falar sobre as denúncias durante o programa foi uma decisão arriscada, mas acho que se mostrou acertada. De certo modo, isso neutralizou uma potencial queda que poderia ter sido maior”, afirma Romão.

Dilma teve uma votação expressiva no Nordeste do país, que garantiu a vitória à candidata. Para Romão, a aprovação da presidente nesta região é resultado das políticas do governo federal para o Nordeste. 

“Há muito preconceito com relação à votação no Nordeste. Mas acredito que essa votação se deve aos ganhos que esses doze anos levaram para a população da região. As taxas de crescimento do PIB no Nordeste são muito positivas, não é só o Bolsa Família que explica essa votação”, afirma.

Aécio

Para o cientista político o candidato derrotado Aécio Neves “sai dessa eleição maior do que entrou”. “Foi uma derrota, mas Aécio teve um desempenho espetacular. Aécio se mostrou um grande líder político capaz de galvanizar os desejos da oposição”, avalia Romão.

No entanto, o especialista afirma que a candidatura do PSDB à presidência em 2018 ainda não está certa. “A disputa para a próxima candidatura vai ser muito dura. Alckmin teve uma vitória expressiva em São Paulo nessas eleições e termina seu mandato daqui a quatro anos. Tenho certeza que esse jogo vai se colocar com muita força”, avalia.

Aécio teve uma vitória expressiva no estado de São Paulo, mas perdeu em seu reduto político, Minas Gerais, que ficou dividido entre os dois candidatos, com vantagem para a petista. Para Romão, a divisão em Minas reflete a divisão do País.

“O PT sempre dividiu a votação com o PSDB por lá. Minas é um mini-Brasil, está entre a hegemonia do PSDB no Sul a hegemonia do PT no Nordeste”, avalia.

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