Brasil

Sancetur, de São Paulo, deve operar em linhas de ônibus no Rio de Janeiro; veja frotas

A empresa paulista usará frota da Transportes Barra e deve fazer substituições graduais por veículos novos e seminovos com ar condicionado

Agência Brasil
Agência Brasil

Agência de notícias

Publicado em 15 de agosto de 2025 às 09h42.

Às vésperas de uma nova licitação para operar as linhas de ônibus do Rio, a viação paulista Santa Cecília Turismo LTDA (Sancetur) deve começar a operar serviços na Zona Oeste, em bairros como Bangu, Campo Grande, Realengo e Santa Cruz. Essa área corresponde aos primeiros lotes licitados pela prefeitura no fim deste ano, com previsão de início da operação em abril do próximo ano.

A entrada da Sancetur será no Consórcio Santa Cruz, que, segundo apuração do O GLOBO, já foi aprovado pelas demais empresas que operam no consórcio, restando apenas o aval do município. A mudança marca a entrada de uma nova empresa no setor carioca, que há mais de 50 anos envolvia apenas os mesmos empresários.

Formalização da inclusão e detalhes da negociação

A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) confirmou o recebimento de um ofício do Consórcio Santa Cruz para formalizar a inclusão da Sancetur no consórcio. O documento ainda está em análise.

O valor da negociação não foi divulgado, mas, segundo uma fonte do setor municipal de ônibus, a Sancetur negociou a operação de linhas atualmente a cargo da Transportes Barra na Zona Oeste, que continuará operando apenas os serviços em Jacarepaguá, área dominada pelo Grupo Redentor. As demais linhas, herdadas de empresas que fecharam na década passada, como Auto Viação Bangu e Viação Andorinha, ficarão sob responsabilidade da Sancetur. A empresa também passará a usar uma das garagens da Transportes Barra na Zona Oeste.

Operação e frota da Sancetur

A previsão é que a operação se inicie em 1º de setembro. Por três meses, a Sancetur utilizará veículos da Transportes Barra. Depois, será feita a substituição gradual com 100 novos ônibus e mais 100 coletivos seminovos, todos com ar-condicionado.

Atualmente, a Sancetur opera em mais de 20 cidades de São Paulo sob o nome fantasia "Sou". O sócio administrador é Luiz Arthur Valverde Rodrigues Abi Chedid, da família Chedid, conhecida na política paulista e no futebol, por meio do avô, Nabi Abi Chedid.

Estratégia empresarial e contexto da licitação

Um especialista em transportes avaliou que a entrada da Sancetur na Zona Oeste segue o conceito de Porter, em que uma empresa nova começa em áreas mais deficitárias para conhecer o mercado e preparar-se para futuras licitações.

Em 2010, empresas de fora, vindas da Argentina e da França, desistiram de concorrer à operação de linhas no Rio. Entre os motivos estavam o prazo curto para implantação do Bilhete Único Carioca (BUC) e a exigência de garagens próprias, requisitos que serão ajustados na próxima concorrência, já que o município fornecerá as garagens.

Até o fechamento da reportagem, a Sancetur não havia sido contatada. O RioÔnibus, sindicato que representa as empresas de ônibus do Rio, reconhece que existem tratativas para a entrada da empresa paulista, condicionadas à conclusão de trâmites administrativos.

Linhas que devem ser operadas pela Sancetur

  • 379 (Catiri x Tiradentes)
  • 383 (Realengo x Praça da República)
  • 389 (Vila Aliança x Candelária)
  • 394 (Vila Kennedy x Tiradentes)
  • 731 (Campo Grande x Marechal Hermes)
  • 737 (Santíssimo x Cascadura)
  • 745 (Bangu x Cascadura)
  • 746 (Jabour x Cascadura)
  • 752 (Palmares x Coelho Neto)
  • 756 (Santa Cruz x Coelho Neto)
  • 777 (Padre Miguel x Madureira)
  • 790 (Campo Grande x Cascadura)
  • 794 (Bangu x Cascadura)
  • 812 (Carobinha x Bangu)
  • 926 (Senador Camará x Penha)
  • 936 (Campo Grande x Fundão)
Acompanhe tudo sobre:Transporte públicoEstado de São PauloRio de Janeiro

Mais de Brasil

Ônibus lotado é incendiado durante protesto em São Paulo; veja vídeo

CNH no Brasil: veja ranking dos estados mais caros e baratos para conseguir o documento

Ministro do Trabalho diz que imposto sindical não vai voltar, mas defende contribuição negocial

Moraes pede para Zanin marcar julgamento de ação em que Bolsonaro é réu