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Samarco deve arcar com recuperação do Rio Doce, diz Dilma

Dilma Rousseff afirmou que grande parte dos custos de recuperação do vale do Rio Doce terá que ser assumida pela empresa envolvida


	Dilma Rousseff: governo federal ainda não tem um custo final da tragédia, de acordo com Dilma
 (Lula Marques/ Agência PT/Fotos Públicas)

Dilma Rousseff: governo federal ainda não tem um custo final da tragédia, de acordo com Dilma (Lula Marques/ Agência PT/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2015 às 21h33.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que grande parte dos custos de recuperação do vale do Rio Doce, atingido por uma onda de lama com rejeitos de uma barragem da mineradora Samarco que se rompeu em Minas Gerais, terá que ser assumida pela empresa envolvida.

O governo federal ainda não tem um custo final da tragédia, de acordo com Dilma, nem a dimensão total do que precisará ser feito depois que o rompimento da barragem do Fundão despejou uma onda de lama na região de Mariana (MG) que devastou comunidades, causou mortes e inúmeras consequências ambientais.

"Uma parte muito expressiva terá que ser feita por ressarcimento da empresa", afirmou Dilma, sem determinar o montante.

A Samarco, uma joint venture da brasileira Vale e da BHP Billiton , afirmou nesta terça-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que apenas uma barragem se rompeu, e não duas como havia sido anunciado anteriormente.

Dilma se reuniu nesta terça-feira com os governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e do Espiríto Santo, Paulo Hartung (PMDB), e os ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e de Minas e Energia, Eduardo Braga.

"É algo que a gente não fala não só porque nós não temos todo o tamanho do desastre, mas não temos também a noção de quanto tempo vai levar para recuperar. Porque não é uma construção, não vai construir um edifício, vai ter de reconstruir a natureza", disse Dilma em entrevista após a reunião.

Izabella, que falou depois de Dilma, confirmou que o projeto de recuperação de toda a bacia é de longo prazo.

"É um processo de médio e longo prazo e ainda estamos na fase emergencial", disse a ministra. "Quando falo de um projero de recuperação de longo prazo falo em pelo menos uma década." Dilma afirmou ainda que é preciso que o Brasil faça da recuperação do Rio Doce "um exemplo" para torná-lo melhor do que antes, lembrando ainda que o vale tem uma das maiores concentrações de mineradoras e siderúrgicas do país.

"Uma série de processos levaram a essa situação", afirmou a jornalistas.

Dilma disse ainda que uma reunião será feita na quarta-feira entre o Advocacia-Geral da União (AGU) e os Ministérios Públicos de Minas Gerais e do Espírito Santo para discutir a parte jurídica das questões emergenciais e também do plano de recuperação que o governo começa a preparar.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) notificou nesta terça-feira a Samarco para que inicie o pagamento de uma ajuda às famílias prejudicadas pelo desastre.

De acordo com a ministra, a empresa informou que ainda não terminou o levantamento das famílias atingidas. O governo cobra que a companhia pague auxílios financeiros aos moradores, especialmente àqueles que tiveram suas atividades econômicas prejudicadas pelo rompimento da barragem, como os pescadores.

A presidente admitiu que o governo deve rever a legislação ambiental existente, depois do que foi classificado como o maior desastre ambiental da história do país.

Apesar de insistir que o governo federal "cumpriu com todas as suas fiscalizações", Dilma confirmou que a legislação será revisada.

"Tem que ver se a sua legislação está boa, tem que checar. Ninguém pode achar que está tudo perfeito, tem de olhar", afirmou.

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