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Salvador precisa retomar sua vocação para se desenvolver

Para Nizan Guanaes, presidente do Grupo ABC, cabe à iniciativa privada tomar a dianteira das mudanças em Salvador, mas para isso precisa de incentivos do poder público


	Salvador: "Pelo amor de Deus, eu não quero ver churrascaria na orla da cidade. As pessoas têm que poder morar lá", disse Nizan Guanaes
 (Wikimedia Commons)

Salvador: "Pelo amor de Deus, eu não quero ver churrascaria na orla da cidade. As pessoas têm que poder morar lá", disse Nizan Guanaes (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 11h49.

Salvador - "Não adianta fazer calçadão na Barra, é preciso reconstruir o baiano e sua relação com a terra dele". Foi com essa fala que o empresário Nizan Guanaes, presidente do Grupo ABC, pediu pela revitalização de Salvador.

Segundo ele, a capital da Bahia deve retomar sua vocação e, para isso, a iniciativa privada precisa de incentivos para tomar a dianteira das mudanças.

"No Brasil, é como se as empresas privadas fossem o irmão mais velho e o poder público fosse o caçulinha. Isto é, com eles as regras são generosas, mas para nós são super rígidas", disse.

Guanaes falou a uma platéia de empresários presentes do EXAME Fórum Nordeste, que acontece nesta terça-feira em Salvador. 

"A vocação da Bahia é o entretenimento, é a história, o turismo, são as artes, mas ninguém quer vir para cá para ficar preso no trânsito. É preciso resolver a questão da mobilidade urbana para que o estado possa se desenvolver em sua vocação", defendeu. 

Em sua opinião, é com a ação da iniciativa privada que essas mudanças tão necessárias poderão acontecer, mas o poder público precisa criar as condições para que isso seja vantajoso do ponto de vista das empresas. 

A modernização do Nordeste passa pela modernização das leis, afirmou Guanaes.

Para explicar, ele usou como exemplo a degradação da orla de Salvador que, segundo ele, virou um "favelão". A culpa, disse, é de leis antigas que "não querem que as construtoras ganhem dinheiro".

"Pelo amor de Deus, eu não quero ver churrascaria na orla da cidade. As pessoas têm que poder morar lá, de frente pro mar, não dá pra ser esse favelão", disse.

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