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Salles falará com empresários sobre privatização de florestas protegidas

A intenção do Ministério do Meio Ambiente seria repassar para a iniciativa privada pelo menos 20 unidades de conservação ainda em 2019

Ricardo Salles: ministro terá reunião com empresários no dia 4 de julho, em São Paulo (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Ricardo Salles: ministro terá reunião com empresários no dia 4 de julho, em São Paulo (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de junho de 2019 às 15h17.

Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem encontro marcado com empresários, em São Paulo, para falar dos planos do governo para conceder florestas protegidas da União à iniciativa privada.

O evento marcado para o dia 4 de julho, em São Paulo, foi organizado pelo Instituto Semeia, criada pelo empresário Pedro Passos, um dos fundadores da Natura. A ONG atua como intermediária entre investidores e o setor público, para incentivar a concessão de parques nacionais.

Reportagem publicada em março pelo jornal O Estado de S. Paulo revelou que o governo planeja repassar ainda este ano para a iniciativa privada pelo menos 20 unidades de conservação. As prioridades são os parques de Jericoacoara (CE), Lençóis Maranhenses (MA), Chapada dos Guimarães (MT) e Aparados da Serra (RS). Essas quatro unidades que serão ofertadas inicialmente são visitadas hoje por 450 mil pessoas por ano. Hoje, todas são controladas pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).

Fernando Pieroni, diretor-executivo do Instituto Semeia, diz que a organização defende um modelo de concessão em que o empresário assuma 100% das áreas de visitação dos parques, fazendo com que a atuação do setor público se limite às áreas que não possam ser acessadas por visitantes.

O encontro da próxima semana vai reunir empresas como Parquetur Participações e Socicam Terminais Rodoviários e Representações, as quais assumiram, em sociedade, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), em concessão feita em dezembro do ano passado. O modelo dessa concessão foi criticado por Ricardo Salles.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro disse que foi um péssimo negócio. "Fizeram uma concessão meia-boca, de alguns serviços, dizendo que 80% tinha de continuar sob o comando do ICMBio" declarou Salles. "O resultado é uma concessão em que o empreendedor não tem quase nenhuma liberdade de atuação. Vamos inverter a lógica dessas concessões. Vamos estabelecer um mínimo de restrições. De resto, toma que o filho é teu", disse.

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