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Saída de Temer é boa para PMDB deixar governo, diz Cunha

O presidente da Câmara classificou a saída do vice-presidente, Michel Temer, da articulação política como um "fator positivo"


	Presidente da Câmara, Eduardo Cunha: "não sei se a saída dele da articulação é mais um passo (para a saída do PMDB do governo), mas para nós que defendemos a saída, a gente vê como um fator positivo"
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha: "não sei se a saída dele da articulação é mais um passo (para a saída do PMDB do governo), mas para nós que defendemos a saída, a gente vê como um fator positivo" (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2015 às 18h09.

São Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), classificou nesta segunda-feira a saída do vice-presidente, Michel Temer, da articulação política como um "fator positivo" aos que defendem que o PMDB deixe o governo da presidente Dilma Rousseff.

"Não sei se a saída dele da articulação é mais um passo (para a saída do PMDB do governo), mas para nós que defendemos a saída, a gente vê como um fator positivo", disse Cunha a jornalistas após participar de um debate na Assembleia Legislativa de São Paulo. O presidente da Câmara afirmou ainda que a antecipação do congresso do partido, marcado para novembro, "seria muito importante" para a discussão sobre a permanência do PMDB no governo.

Temer deixou nesta segunda-feira o comando da articulação política do governo, disse à Reuters uma fonte próxima ao setor de articulação do Planalto.

Segundo Cunha, o vice-presidente foi sabotado. "Ele foi muito sabotado esse tempo todo. Não tinha condição nenhuma de fazer seu trabalho pela sabotagem que foi feita", declarou ele, sem detalhar quem teria prejudicado as ações de Temer.

"As condições políticas vão se mudando. Se confirmada a saída dele da articulação, é um bom sinal para ele", acrescentou.

Cunha anunciou seu rompimento pessoal com o governo em julho após ser citado por um delator na operação Lava Jato. Na semana passada, o presidente da Câmara foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF), tornando-se o primeiro político com foro privilegiado a ser acusado por envolvimento no escândalo de corrupção.

Na denúncia, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa Cunha de receber pelo menos 5 milhões de dólares em propina e pede sua condenação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Questionado sobre o tema em São Paulo, Cunha disse que não falaria sobre o assunto.

IMPEACHMENT

Cunha elogiou a decisão do governo, anunciada nesta segunda, de iniciar uma reforma administrativa que deve incluir a redução de 10 ministérios dos 39 existentes atualmente, além da diminuição do número de cargos comissionados e de gastos de custeio, em meio aos esforços para reequilibrar as contas públicas.

Mas o deputado ressaltou que defende um total de 20 ministérios.

"Nós temos que dar sinal para a sociedade de economia, mesmo que o valor monetário não seja um valor relevante. Mas reduzir 10 ministérios são menos ministros para pegar aviões da FAB, menos 10 carros com motorista, menos 10 assessores... consequentemente é um sinal positivo", avaliou.

"Mas eu acho 10 ainda pouco, eu defendo o número da minha proposta, que são 20 no total." Cunha afirmou ainda que os pedidos de impeachment contra Dilma estão sendo analisados e que qualquer decisão será tomada com base em parecer técnico.

"Ao fim da análise técnica será proferida minha decisão e essa decisão vai ser dada com base nos pareceres técnicos", garantiu.

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