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Saída de Imbassahy ajudaria Temer a barrar 2ª denúncia, diz PP

Segundo o presidente do PP, uma eventual troca na Secretaria de Governo poderia "melhorar a relação" para votar a segunda acusação

Temer e Imbassahy: "Só quem trata com o Imbassahy é metade do PSDB", ironizou o senador (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer e Imbassahy: "Só quem trata com o Imbassahy é metade do PSDB", ironizou o senador (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de setembro de 2017 às 18h31.

Brasília - O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou nesta sexta-feira à Reuters que a saída do ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, ajudaria o presidente Michel Temer a criar um clima mais favorável na Câmara para barrar a autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a nova denúncia contra ele, por organização criminosa e obstrução de Justiça.

Para Ciro, uma eventual troca na Secretaria de Governo poderia "melhorar a relação" para votar a segunda acusação criminal contra o presidente e também, em caso de rejeição, ajudar o Palácio do Planalto a deslanchar as negociações em torno da reforma da Previdência.

Segundo o presidente do PP, o tucano perdeu a interlocução com os partidos. Ele disse que a legenda que comanda --e grande parte dos parlamentares dos partidos da base-- não conversa mais com Imbassahy. "Só quem trata com o Imbassahy é metade do PSDB", ironizou.

O senador, contudo, fez questão de dizer que não estava pressionando o governo a demitir o ministro.

"Não estou fazendo nenhum tipo de exigência ao presidente, é uma decisão dele", ressalvou. Para Ciro, seria um "gesto de grandeza" se o próprio ministro deixasse o cargo por conta própria.

O presidente tem dado sinais, contudo, de não querer trocar o ministro da Secretaria de Governo, mesmo diante da pressão de partidos da base e do fato de o PSDB ter votado rachado na primeira denúncia.

Muito fraca

Apesar do que chama de "desconforto" da base com Imbassahy, Ciro Nogueira afirmou acreditar que a nova denúncia será rejeitada pela Câmara com placar semelhante ao da primeira acusação. Disse tê-la considerado "muito ampla" e "muito fraca". "É difícil de ser comprovada, cheio de ilação", disse o senador.

Para ele, o fato de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter feito acusações a parlamentares de vários partidos, como PMDB, PT e o PP, acaba por tirar a força da denúncia contra o presidente.

Em agosto, a Câmara rejeitou a autorização para o STF julgar a primeira denúncia. Foram 263 votos contrários à autorização e apenas 227 favoráveis. Para a autorização ser aprovada são necessários os votos de 342 dos 513 deputados.

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