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Quem é Carlos Lupi, novo ministro da Previdência de Lula

Antes do anúncio formal de Lula, Lupi confirmou a jornalistas que ocupará a pasta e que teve apoio de Ciro Gomes para assumir o cargo

 (Bruno Spada/Agência Câmara)

(Bruno Spada/Agência Câmara)

AO

Agência O Globo

Publicado em 29 de dezembro de 2022 às 15h10.

Última atualização em 29 de dezembro de 2022 às 15h50.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira que Carlos Lupi (PDT) será o seu próximo ministro da Previdência. A confirmação foi dada em pronunciamento no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição. O convite a Lupi foi formalizado durante reunião de Lula com o pedetista nesta quarta-feira.

Antes do anúncio formal de Lula, Lupi confirmou a jornalistas que ocupará a pasta. Ele afirmou na manhã desta quinta-feira que será ministro da Previdência e teve apoio de Ciro Gomes, o candidato á presidência pelo seu partido que ficou em quarto lugar nas eleições de outubro.

Formado em administração, Lupi entrou na vida pública em 1980 sob o apadrinhamento de Leonel Brizola. Trabalhou em várias gestões da política fluminense até ser eleito deputado federal em 1990. Depois de anos dividindo-se entre cargos no Executivo e no Legislativo, assumiu a presidência do PDT após a morte de Brizola, em 2004.

Futuro ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT) voltará a compor o primeiro escalão de um governo petista 12 anos depois de ter deixado a pasta do Trabalho e Emprego. Escolhido por Lula para o cargo em 2007, ele se desligou do posto quatro anos depois, já no mandato de Dilma Rousseff (PT). A saída de Lupi ocorreu sob denúncias de irregularidades, durante a "faxina ministerial" promovida por Dilma logo após assumir o cargo. Na ocasião, a própria Comissão de Ética Pública da presidência recomendou a exoneração. Pesavam contra ele suspeitas pelo uso de um avião particular cujo aluguel teria sido pago por um dirigente de ONG que mantinha contrato com o ministério.

Em paralelo, Lupi também era acusado de ter acumulado, entre 2000 e 2005, cargos de assessor parlamentar na Câmara dos Deputados e na Câmara dos Vereadores do Rio. Uma terceira denúncia apontava a existência de um esquema de arrecadação de propinas junto a ONGs que mantinham convênios com o Ministério do Trabalho. Lupi sempre negou todas as acusações — inclusive durante interrogatório na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados — e chegou a dizer que só sairia do cargo "a bala". Desgastado, ele pediu para sair algumas semanas depois. Em comunicado divulgado na época, afirmou que a sua demissão fora causada pela "perseguição política e pessoal da mídia que sofreu sem direito de defesa e sem provas".

Reconduzido à presidência do PDT no mês seguinte, Lupi articulou o apoio do partido à reeleição de Dilma Rousseff em 2014. Nas eleições seguintes, o partido teve Ciro Gomes como candidato próprio.

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