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Sabesp propõe redução de até 6% na retirada do Cantareira

Empresa disse que entregou à Agência Nacional de Águas (ANA) proposta de vazões de retirada do sistema Cantareira


	Medidor mostra o nível da água na represa de Jaguari, da Sabesp, próximo de Santa Isabel
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Medidor mostra o nível da água na represa de Jaguari, da Sabesp, próximo de Santa Isabel (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2014 às 20h50.

São Paulo - A companhia de abastecimento e saneamento do Estado de São Paulo Sabesp afirmou nesta sexta-feira que propôs a órgãos reguladores uma redução de até 6 por cento na retirada de água do sistema de represas Cantareira durante a temporada chuvosa, que vai até abril do próximo ano.

A empresa disse que entregou à Agência Nacional de Águas (ANA) proposta de vazões de retirada do sistema Cantareira, o mais importante conjunto de represas que abastece a região metropolitana de São Paulo e cidades no nordeste paulista.

A proposta, necessária para que a ANA autorize a empresa a iniciar a captação de água da segunda reserva do chamado "volume morto", prevê imediata redução na vazão de 19,7 metros cúbicos por segundo para 19,3 metros cúbicos.

A partir de novembro essa cota seria reduzida novamente para 18,5 metros cúbicos. A ANA disse que vai analisar a proposta "o mais rápido possível". O plano de redução foi entregue após a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

A Sabesp afirmou que "antes da atual crise hídrica" retirava 31 metros cúbicos do sistema para abastecer a região metropolitana de São Paulo. A empresa, que classifica o volume morto como "reserva técnica", não deu detalhe sobre o período em que considera o início da crise.

O Sistema Cantareira teve seu nível de água rapidamente esgotado ao longo deste ano. Temperaturas mais altas que a média do início do ano aliadas a chuvas fracas do período não recuperaram as represas para o período do inverno, quando a pluviosidade normalmente é significativamente menor.

Enquanto isso, a Sabesp, controlada pelo governo estadual, evitou poupar os recursos do sistema por meio de racionamento na região metropolitana, afirmando que o rodízio no abastecimento trazia riscos sanitários à população e ao sistema de tubulações.

A companhia preferiu adotar desconto nas contas de consumidores que economizam água, além de transferência de água de outros sistemas, como Alto Tietê e Guarapiranga.

Na quarta-feira, a presidente da empresa, Dilma Pena, admitiu a vereadores paulistanos durante sessão de CPI que a capital paulista tem sofrido "falta de água pontual", mas apenas em "áreas muito altas, muito longe de reservatórios, e também em residências com muitas pessoas e que tenham reservação muito pequena".

A empresa deve terminar obras para captar a segunda reserva do volume morto do Cantareira, água ainda mais próxima do fundo das represas e que segundo Pena é suficiente para garantir o abastecimento até meados de abril, a partir deste mês.

Porém, nesta sexta-feira tribunal federal de São Paulo proibiu essa retirada sem a realização de estudos técnicos que comprovem impossibilidade do cumprimento da ordem.

"A Sabesp informa ainda que, se autorizada, poderá utilizar a segunda parte da reserva técnica do Sistema Cantareira. A medida, a ser adotada apenas em caso de necessidade, estará embasada em rigoroso estudo técnico e será feita de forma gradual e parcimoniosa", afirmou a empresa em comunicado.

O Cantareira operou nesta sexta-feira a 5,1 por cento da capacidade da primeira reserva de seu volume morto, que segundo a Sabesp deverá se esgotar em meados de novembro.

Enquanto isso, o sistema Alto Tietê, que tem sido usado pela Sabesp para compensar parte da vazão do Cantareira, estava a 10,9 por cento. Já o Guarapiranga, estava a 48,1 por cento.

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