Brasil

Ruralistas são suspeitos de intervir em PEC sobre terras

Ministério Público revelou a suspeita de que ruralistas tentaram interferir na tramitação de uma proposta de emenda que trata de demarcação de terras indígenas


	Índios protestam por demarcação e contra discriminação, no Congresso Nacional
 (José Cruz/Agência Brasil)

Índios protestam por demarcação e contra discriminação, no Congresso Nacional (José Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2014 às 19h09.

Brasília - O Ministério Público Federal (MPF) revelou a suspeita de que ruralistas tentaram interferir na tramitação no Congresso de uma proposta de emenda à Constituição que trata de demarcação de terras indígenas.

De acordo com informações divulgadas nesta semana pelo MPF, conversa telefônica interceptada com autorização judicial mostrou que o líder ruralista Sebastião Ferreira Prado planejava pagar R$ 30 mil a um advogado ligado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que seria o responsável pelo relatório da proposta.

Segundo o MPF, no diálogo interceptado, Prado disse: "o cara que é relator, o deputado federal que é o relator da PEC 215, quem está fazendo para ele a relatoria é o Rudy, advogado da CNA, que é amigo e companheiro nosso". Líder da Associação de Produtores Rurais de Suiá-Missu (Aprossum), Prado está preso desde o último dia 7.

No dia 11, o MPF pediu à Justiça que mantivesse Prado na prisão. Na ocasião, sustentou que havia uma suspeita de tentativa de corromper a edição de um ato normativo e que, portanto, o Judiciário precisava impedir isso.

Em sua decisão, o juiz responsável pelo caso reconheceu que o lobby no Congresso é um aspecto inerente ao processo político. No entanto, ele disse que o problema foi o meio usado para fazer o lobby, mediante a tentativa de pagamento ao responsável pela elaboração do texto.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaCongressoPolítica no BrasilTrigo

Mais de Brasil

STF forma maioria para manter prisão de Robinho

Reforma Tributária: pedido de benefícios é normal, mas PEC vetou novos setores, diz Eurico Santi

Ex-vice presidente da Caixa é demitido por justa causa por assédio sexual