Brasil

Ruim e mortal, BR-163 não faz jus à soja que escoa

Fundamental para economia do Mato Grosso, a concessão da BR-163 terá de mudar a cara da rodovia mais mortal do estado e de qualidade considerada hoje regular


	BR-163 perto de Cuiabá, no Mato Grosso, um dos trechos hoje duplicados: rodovia não faz jus à importância econômica que tem
 (Wikimedia Commons)

BR-163 perto de Cuiabá, no Mato Grosso, um dos trechos hoje duplicados: rodovia não faz jus à importância econômica que tem (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2013 às 08h58.

São Paulo – Com a concessão desta quarta-feira, o governo federal abre caminho para mudar a situação da BR-163, rodovia fundamental para o escoamento da soja mato-grossense e que hoje segura o título de mais mortal do estado. Nem minimamente boa, ela é. Em seus 1.179 quilômetros no Mato Grosso, é considerada apenas regular pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). E não se trata de rodovia irrelevante: por ela escoam 70% da produção de grãos do estado.

A BR-163 passa ainda por Sorriso, a capital brasileira do agronegócio.

Nesta quarta, o governo privatizará 850 quilômetros da estrada, entre as cidades de Itiquira e Sinop, ambas no Mato Grosso. É a segunda concessão do Plano de Investimento em Logística (PIL), lançado no governo Dilma. A primeira foi a BR-050, entre Goiás e Minas Gerais.

O consórcio vencedor terá de atender a um antigo pleito de produtores do estado e moradores da região e duplicar mais da metade de sua extensão.

A medida pode ajudar a diminuir o número de tragédias viárias, alta para os padrões estaduais.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 78 pessoas perderam a vida em 1.018 acidentes na BR-163 em 2012 - uma morte para cada 15,1 quilômetros, o que a torna a mais letal do estado, embora com números ainda distantes de rodovias do Sudeste

Em sua pesquisa 2013, a CNT considerou que a sinalização nela é ruim, e a qualidade do pavimento não passa de regular.

O preço pago por motoristas para cada 100 quilômetros da BR privatizada não poderá passar de R$ 5,50, segundo estipula o edital. Ela ficará concedida por 30 anos.

Acompanhe tudo sobre:ConcessõesEstradasMato GrossoPrivatizaçãoSetor de transporteTransportes

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas