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Rossetto diz que PT passa por avaliação e rebate Marta

Miguel Rossetto disse que o PT passa por processo permanente de avaliação, mas discordou de Marta, que disse que o partido "muda ou acaba"

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto: o PT "é um partido que aprende com seus erros e acertos", disse (Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados/Fotos Públicas)

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto: o PT "é um partido que aprende com seus erros e acertos", disse (Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 16h20.

Brasília - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse nesta terça-feira que o PT passa por um “processo permanente de avaliação”, aprendendo com seus erros, mas discordou da senadora Marta Suplicy (PT-SP), que afirmou que o partido “muda ou acaba”.

“O PT é um partido que passa por um processo permanente de avaliação. É um partido que aprende com seus erros e acertos. O PT é um partido vitorioso, elegemos a presidente da República, é o partido que fez a maior votação para Câmara Federal”, disse Rossetto a jornalistas no Palácio do Planalto, ao ser questionado sobre as declarações feitas pela petista em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo.

Marta, que deixou o Ministério da Cultura com críticas ao governo no mandato anterior da presidente Dilma Rousseff, disse agora que a presidente precisa compreender a independência da sua nova equipe econômica. A petista afirmou ainda que pode sair do partido.    “Nós tivemos derrotas importantes (nas eleições de 2014)”, disse.

“Derrotas no Estado de São Paulo, perdemos representação federal (de deputados) em Pernambuco, perdemos governos importantes como o do Rio Grande do Sul. E isso faz parte de uma avaliação”, argumentou Rossetto, citando também as vitórias nas eleições de governadores na Bahia, no Acre, no Ceará, no Piauí e em Minas Gerais.

Marta tem demonstrado descontentamento com o PT e com o governo desde o final do ano passado. Além das críticas feitas ao deixar o governo, quando Dilma indicou Juca Ferreira para o Ministério da Cultura, ela criticou a escolha e enviou à Controladoria-Geral da União (CGU) documentos apontando problemas na gestão de Ferreira, que comandou a pasta antes dela.  

Agora, a senadora voltou a fazer duras críticas a Dilma, ao governo e ao PT. O ministro disse que “não sabe” por que a colega de partido está nesse trajetória de colisão com o governo e rebateu dizendo que o projeto petista é vitorioso.

Questionado sobre quem poderia suceder Dilma em 2018, Rossetto disse que não é o momento de se discutir isso. “O PT está 105 por cento concentrado em apoiar a presidente Dilma Rousseff”, limitou-se a dizer.

Reforma política   

Rossetto disse que o governo quer ter até março “o desenho político para a retomada” da agenda da reforma política. Segundo ele, esse tema continua sendo uma prioridade para o governo e a presidente.

O ministro, porém, não quis se comprometer com um prazo para aprovação de uma reforma política. Disse, inclusive, que o governo pode aguardar o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, sobre a decisão de financiamento das campanhas eleitorais.    A maioria dos ministros do STF já se manifestou a favor do fim do financiamento de empresas a campanhas políticas, mas Mendes pediu vistas do processo.

Rossetto disse que é preciso ainda aguardar a eleição da mesa diretora do Congresso e das novas lideranças partidárias para retomar o debate sobre reforma política, suspendendo o julgamento.

“Temos que repactuar o acordo sobre essa agenda, que tem por base projetos que tramitam no Congresso, projetos de iniciativa popular e a apreciação por parte do STF dessa matéria”, explicou.

“O importante é a retomada dessa agenda no primeiro trimestre”, disse. Desde o primeiro mandato, Dilma tem defendido a necessidade de uma reforma política. No discurso de posse do novo governo voltou à carga, alegando ser "inadiável" implantar práticas políticas "mais modernas e éticas".

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