Brasil

Rosa Weber se emociona em última sessão no CNJ antes de aposentadoria: 'Enorme privilégio'

Ministra deixará a presidência do STF e, consequentemente, do CNJ. Em seu lugar, assumirá o ministro Roberto Barroso

Rosa Weber: ministra deixa a posição de presidente do STF (Evaristo Sa/Getty Images)

Rosa Weber: ministra deixa a posição de presidente do STF (Evaristo Sa/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 26 de setembro de 2023 às 14h23.

A ministra Rosa Weber afirmou nesta terça-feira, 26, estar em um "verdadeiro mar de emoções" ao presidir a sua última sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ministra deixará o comando do colegiado e do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana.

— É um verdadeiro mar de emoções que toma conta de mim. E eu estou com enorme necessidade de impedir que os diques internos se abram e que as lágrimas transbordem — afirmou Weber em seu último discurso.

— Eu choro muito, eu sou muito chorona, mas as lágrimas elas sempre escorrem para dentro. Mas nesses dias elas têm teimado em mudar o rumo.

Fique por dentro das últimas notícias no WhatsApp da Exame. Inscreva-se aqui 👉 https://t.ly/6ORRo

A ministra ainda afirmou ter sido um "enorme privilégio" atuar no CNJ e garantir a efetivação dos direitos fundamentais.

— Atuando no STF na guarda da constituição e na efetivação dos direitos fundamentais que ela assegura a todos eu tive o enorme privilégio de atuar nesse CNJ com essa companhia tão qualificada [...] Nesse conselho da república onde conseguimos atuar com políticas públicas no poder judiciário que nos permite essa busca da efetividade dos direitos fundamentais

Na quinta-feira, Rosa Weber deixará a presidência do STF e, consequentemente, do CNJ. Em seu lugar, assumirá o ministro Roberto Barroso.

Rosa também está prestes a completar 75 anos, quando é obrigada a se aposentar das suas atividades da Suprema Corte.

Lula tem sido cobrado por indicações de mulheres e negros para a Suprema Corte. A pressão aumentou após Lula demitir a ministra Ana Moser (Esportes) e reduzir o número de mulheres no primeiro escalão. Antes, indicou o advogado Cristiano Zanin para a vaga do ex-ministro Ricardo Lewandowski.

O presidente, no entanto, quer indicar uma pessoa com quem tenha relação e seja de sua confiança. Atualmente, os mais cotados são Flávio Dino, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, e Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União.

Nesta segunda-feira, Lula afirmou que o critério de escolha para a vaga de Weber não será o gênero ou a cor.

— O critério não será mais esse. Eu estou muito tranquilo de escolher uma pessoa que possa atender os interesses do Brasil. Uma pessoa que tenha respeito pela sociedade brasileira. Que tenha respeito, mas não medo da imprensa. Sem precisar ficar votando pela imprensa. Já tem várias pessoas em mira — afirmou. — Não precisa perguntar questão de gênero ou de cor. No momento certo vão saber quem eu vou conhecer.

Como mostrou o GLOBO, a concorrência interna para tentar influenciar Lula para as indicações do STF e da PGR ampliou o clima de disputa no governo. Uma ala ligada ao PT e ao Prerrogativas defende a indicação de Messias, para o STF, e o subprocurador-geral Antônio Carlos Bigonha para a PGR. O mesmo grupo também trabalha para fatiar o Ministério da Justiça e comandar a área da Segurança Pública. A crise na Bahia, estado comandado pelo PT, acentuou no partido a defesa pela criação de uma marca no setor.

Do outro lado, aliados de Dino argumentam que ele tem conseguido atuar para “desbolsonarizar” instituições como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Além de defender que Justiça e Segurança Pública sigam sob a mesma alçada, o grupo de Dino tem simpatia pela candidatura do subprocurador-geral Paulo Gonet para a PGR.

Acompanhe tudo sobre:Supremo Tribunal Federal (STF)Rosa WeberLuís Roberto Barroso

Mais de Brasil

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados

Moraes decide manter delação de Mauro Cid após depoimento no STF

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe