Empresário já foi preso duas vezes: em 2017 e no ano passado (Wilson Dias/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de novembro de 2020 às 17h23.
Última atualização em 4 de novembro de 2020 às 17h47.
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta terça-feira, 3, a delação premiada fechada pelo empresário Eike Batista com a Procuradoria-Geral da República, o primeiro acordo do tipo da gestão Augusto Aras. Os termos incluem 32 cláusulas e 18 anexos — que trazem depoimentos e documentos apresentados como provas por Eike. O acordo está sob sigilo e envolve pessoas com foro privilegiado no Supremo.
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Em maio, Rosa mandou a PGR e a defesa de Eike realizarem ajustes nos termos do acordo antes de homologá-lo. Entre os pontos questionados pela ministra estavam o local onde Eike cumpriria pena pelos crimes cometidos e a ausência de documentos que comprovassem seu patrimônio atual. A ministra também estabeleceu que os regimes de cumprimento do acordo devem estar de acordo com o Código Penal.
Pelos termos aprovados, Eike deverá pagar 800 milhões de reais em multas e cumprir um ano de pena em regime fechado, um ano em prisão domiciliar e dois anos em regime semiaberto.
Histórico
O empresário foi alvo da Lava-Jato Rio em janeiro de 2017, quando foi preso na Operação Eficiência. Após três meses de detenção, deixou a prisão em abril do mesmo ano por habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo.
No ano passado, Eike foi preso novamente na Operação Segredo de Midas e foi apontado pela Procuradoria como 'principal beneficiário das operações ilícitas contra o mercado de capitais'. As investigações revelaram que as mesmas contas utilizadas para o pagamento de propina ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) 'foram usadas para manipular ações de empresas envolvidas em negociações com Eike Batista'. Ele foi solto no mesmo dia de sua prisão por liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.