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Roraima discute medidas para evitar novos confrontos em presídios

O governo estadual não divulgou detalhes do que aconteceu nesta sexta-feira na unidade prisional, que é administrada pelo estado

Presídios: no segundo semestre de 2016, a mesma penitenciária foi palco de confronto entre presos, que deixou dez mortos (Luiz Silveira/Agência CN)

Presídios: no segundo semestre de 2016, a mesma penitenciária foi palco de confronto entre presos, que deixou dez mortos (Luiz Silveira/Agência CN)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de janeiro de 2017 às 13h22.

Autoridades públicas de Roraima estão reunidas, desde o começo da manhã de hoje (6), discutindo medidas a serem adotadas após a morte de pelo menos 33 presos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona Rural de Boa Vista (RR).

Segundo a assessoria do Ministério da Justiça e Cidadania, o ministro Alexandre de Moraes deve viajar para o estado ainda hoje para verificar a situação.

O governo estadual não divulgou detalhes do que aconteceu na unidade prisional, que é administrada pelo estado.

A governadora de Roraima, Suely Campos, e os secretários de Justiça e Cidadania, Uziel de Castro Júnior, e de Segurança Pública, coronel Paulo César, vão conceder entrevista coletiva às 16h (18h de Brasília).

Em nota, a Secretaria de Justiça e Cidadania informou que as mortes ocorreram na madrugada de hoje e que, no início da manhã, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) já tinham entrado na penitenciária e retomado o controle da unidade.

No segundo semestre de 2016, a mesma penitenciária foi palco de confronto entre presos, que deixou dez mortos.

Segundo a secretaria estadual de Comunicação, a governadora Suely Campos conversou, por telefone, com o ministro Alexandre de Moraes.

O ministro soube da ocorrência poucas horas antes do início da cerimônia pré-agendada para detalhar o Plano Nacional de Segurança Pública, lançado ontem (5), com o objetivo de promover o combate integrado à criminalidade transnacional e a racionalização e a modernização do sistema penitenciário.

O lançamento do plano nacional foi antecipado em resposta às mortes de 60 detentos em estabelecimentos prisionais do Amazonas, nos dois primeiros dias do ano.

Cinquenta e seis presos foram assassinados por integrantes de uma facção rival no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), e quatro na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na zona rural da capital manauara.

Também fugiram 112 presos do Compaj e outros 72 do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). Logo após os acontecimentos, o governo do Amazonas emitiu um alerta para os estados vizinhos, entre eles Roraima, alertando para o risco dos presos em fuga e de novos confrontos acontecerem em estabelecimentos prisionais de outras unidades da federação.

Vídeo divulgado hoje nas redes sociais mostra presos agredindo outros detentos, enquanto gritam que a ação é uma resposta à morte de "irmãos" por integrantes de uma das organizações criminosas envolvidas na chacina de Manaus, a Família do Norte (FDN), que, com o apoio do Comando Vermelho (CV), disputa com o Primeiro Comando da Capital (PCC) o controle do narcotráfico na região Norte do país.

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