Ronaldinho: ex-jogador do Barcelona foi solto pela Justiça do Paraguai (Jorge Adorno/Reuters)
Mariana Martucci
Publicado em 24 de agosto de 2020 às 18h13.
Última atualização em 24 de agosto de 2020 às 19h39.
O juiz paraguaio Gustavo Amarilla autorizou nesta segunda-feira que Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis Moreira deixem a prisão domiciliar em Assunção, no Paraguai, e retornem ao Brasil. Ex-jogador do Barcelona e seu irmão foram presos em março após terem usado passaportes com informações falsas ao tentar entrar no país vizinho.
Juiz concordou com uma "suspensão condicional" das acusações, efetivamente isentando o jogador de qualquer responsabilidade pelo crime, mas ordenou que Ronaldinho e seu irmão paguem uma multa de US$ 90 mil e US$ 100 mil, respectivamente. Eles também terão de comparecer a cada três meses no Paraguai, com uma autoridade brasileira, para prestar novos esclarecimentos.
O ex-atacante foi preso no dia 6 de março junto com seu irmão e empresário Roberto Assis quando tentavam entrar no Paraguai com passaportes paraguaios adulterados, cédulas de identidade falsificadas com dados pessoais de Ronaldinho e de Assis, além de aparelhos celulares.
Embora cidadãos brasileiros possam ingressar no país vizinho apenas apresentando o documento de identidade brasileiro, Ronaldinho e Assis entregaram aos agentes da imigração um passaporte paraguaio preenchido com seus dados pessoais, como se fossem cidadãos naturalizados paraguaios.
Em março, autoridades paraguaias contactaram órgãos oficiais do Brasil para verificar a situação documental de Ronaldinho. O motivo é que, em novembro de 2018, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) determinou que os passaportes do ex-jogador e de seu irmão fossem apreendidos até que uma multa, estipulada em 2015, por condenação por crime ambiental, fosse paga.
Em setembro, a dupla fez um acordo com o Ministério Público estadual (MP-RS), se comprometendo a pagar uma indenização superior a R$ 8,5 milhões para reaver os documentos e ser autorizada a viajar ao exterior. De acordo com os MP, as autoridades brasileiras consultadas informaram que a situação já foi regularizada.
Eles foram mantidos na prisão por 32 dias antes de serem libertados para prisão domiciliar, em um importante hotel de Assunção, após pagarem fiança de US$ 1,6 milhão.
Em fevereiro, o ex-atleta virou réu em uma ação coletiva por ligação com o grupo 18K Ronaldinho, que prometia rendimentos de 2% ao dia em aplicações em criptomoedas, como o bitcoin. O processo pede 300 milhões de reais em devolução de valores e em danos morais.
Ronaldinho era identificado no site da instituição como um dos fundadores da empresa. De acordo com o processo, desde o ano passado clientes não conseguem acessar aos valores aplicados, que variam de 50 dólares a a 500 mil dólares.
(Com informações da Reuters).