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Romário: Fifa precisa respeitar Brasil e abrir mão de lucros

Para o deputado e ex-jogador, a federação tem que respeitar a soberania das leis brasileiras

Romário: "Se não colocar a Fifa no seu determinado lugar, daqui a pouco a Fifa está mandando mais que a nossa presidente" (Agência Brasil)

Romário: "Se não colocar a Fifa no seu determinado lugar, daqui a pouco a Fifa está mandando mais que a nossa presidente" (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2011 às 14h02.

Rio de Janeiro - A Fifa tem que respeitar a soberania das leis brasileiras e abrir mão de alguns milhões de reais de forma a garantir uma Copa do Mundo social, e não voltada apenas para os ricos, em 2014, afirmou o ex-atacante e atual deputado federal Romário (PSB-RJ) nesta segunda-feira.

"Se não colocar a Fifa no seu determinado lugar, daqui a pouco a Fifa está mandando mais que a nossa presidente e a Copa vai ser do jeito que a Fifa quer e não como a gente tem que fazer", disse Romário, que é vice presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, a jornalistas antes de participar de um debate na Assembléia Legislativa do Estado do Rio.

O governo brasileiro e a Fifa estão em desacordo sobre alguns itens da Lei Geral da Copa, um conjunto de medidas exigidas pela entidade que comanda o futebol mundial para a realização da competição e que atualmente tramita na Câmara.

A federação cobra que alguns itens da legislação brasileira, como o direito à meia-entrada para idosos e estudantes e a proibição da venda de bebidas alcoólicas em estádios, sejam sobrepostos pela legislação específica da Copa do Mundo.

Após encontro da presidente Dilma Rousseff com autoridades da Fifa em Bruxelas, na semana passada, uma equipe da federação estará no Brasil nos próximos dias para um novo encontro em que serão examinadas as divergências.

Romário afirmou que não se pode pensar num Mundial de 2014 como se o evento fosse ser realizado em um país de primeiro mundo, e cobrou da Fifa a realização de uma competição com um viés social.

"A conta feita pela Fifa é que com a lei da meia-entrada eles perderiam 180 milhões (de reais), ou deixariam de ganhar. Nós não temos que pagar isso. A Fifa poderia ganhar um pouco menos para que o brasileiro possa participar", disse.

"Tem que respeitar o estatuto do idoso, do torcedor e do estudante. A Fifa tem que entender que as coisas mudam e não são mais como eram na assinatura do protocolo (de candidatura do Brasil para a Copa). Agora é assim e a Fifa tem que entender", afirmou.

A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara já visitou 11 das 12 cidades-sede da Copa do Mundo e em breve fará sua última visita, a São Paulo. O grupo visitou obras e fez um raio-x da preparação de cada uma das sedes.


Segundo Romário, as condições dos aeroportos e dos transportes são preocupantes.

"O problema maior é mobilidade urbana. Tem muita obra parada e os prazos estão atrasados. Se não der celeridade vamos ter problema na Copa", disse.

"Os problemas existem em todas as cidades-sede. O Brasil com certeza não vai fazer a melhor Copa de todos os tempo como dizem alguns. Não vai ser a Copa do povo brasileiro. Na minha concepção teria que ser uma Copa para as classes A, B, C, D e E. A e B não terão problemas, mas as demais terão problemas porque o ingresso vai custar no mínimo 150 reais", concluiu.

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