Brasil

Rodrigo Maia, entre a Previdência e as eleições

ÀS SETE - O presidente da Câmara vai capitanear uma reunião com secretários da Fazenda para engajá-los na briga e articular em prol da aprovação

Maia: a reunião acontece na Comissão Mista de Orçamento (CMO) da Casa, às 14 horas (Ueslei Marcelino/Reuters)

Maia: a reunião acontece na Comissão Mista de Orçamento (CMO) da Casa, às 14 horas (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 06h24.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2018 às 07h27.

O governo federal e seus aliados colocam os últimos esforços na ofensiva para votar a reforma da Previdência na semana que vem. Nesta quinta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamou para si a tentativa de fechar a pauta governista.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

O deputado vai capitanear uma reunião com secretários da Fazenda dos estados para tentar engajá-los na briga e articular com demais deputados em prol da aprovação. A reunião acontece na Comissão Mista de Orçamento (CMO) da Casa, às 14 horas.

Em troca de apoio, o governo oferece um fundo de ativos para aliviar as contas das unidades federativas com aposentadorias do funcionalismo público. É ali que está comprometido boa parte do Orçamento dos estados para o ano de 2018.

A falência de serviços públicos é uma péssima vitrine de gestão, em especial em ano eleitoral, em que governadores buscam a reeleição ou a vitória de sucessores indicados. A verba sai se os 40 votos que faltam forem revertidos.

A promessa vem junto com o envio do projeto de lei que libera 2 bilhões de reais aos municípios brasileiros, verba prometida pelo governo no ano passado, também em busca de votos para a PEC das aposentadorias.

De acordo com o texto publicado no Diário Oficial de ontem, o recurso será liberado nos Orçamentos dos ministérios da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento Social.

Com a pressão formada por prefeitos e governadores, detentores do recurso nos estados, a ideia é gerar apoio em duas frentes para pressionar parlamentares, pensando nas alianças que terão de formatar no ano eleitoral.

A quantidade de partidos, porém, é novamente empecilho na articulação política. Em São Paulo, por exemplo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem ingerência direta sobre uma dúzia dos 70 deputados federais do estado. É muito pouco para transformar o cenário de votações de forma expressiva.

Em paralelo, o próprio Rodrigo Maia prepara discurso de engavetamento da reforma para o fim do mês, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. O plano é jogar a culpa no Planalto e ainda usar a derrota como plataforma eleitoral para seu sonho de concorrer à Presidência este ano.

Com 513 deputados com agenda própria em 2018, a única certeza é da Previdência é o tempo, a energia e o dinheiro que o governo já gastou para aprovar a pauta.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteCâmara dos DeputadosExame HojeGoverno TemerReforma da PrevidênciaRodrigo Maia

Mais de Brasil

Governo Lula condena ataques dos EUA a instalações nucleares do Irã

Brasileira desaparecida em vulcão foi deixada para trás por guia, diz imprensa da Indonésia

Rio Grande do Sul tem 126 municípios afetados pelas chuvas, mas número de pessoas desalojadas cai

Maioria da população apoia a reeleição de presidentes, governadores e prefeitos, diz pesquisa