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Rodoviários do RS rejeitam acordo, mas voltam a circular

Motoristas e cobradores decidiram colocar a frota em circulação como uma demonstração de boa vontade à população, que ficou 15 dias sem transporte coletivo


	Vista aérea de Porto Alegre (RS): cidade ficou 15 dias sem transporte coletivo por conta de uma greve dos rodoviários
 (Camila Domingues/Palácio Piratini)

Vista aérea de Porto Alegre (RS): cidade ficou 15 dias sem transporte coletivo por conta de uma greve dos rodoviários (Camila Domingues/Palácio Piratini)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 21h46.

Porto Alegre - Os motoristas e cobradores de ônibus de Porto Alegre rejeitaram a proposta das empresas, mas prometeram colocar a frota em circulação nesta terça-feira, 11, como uma demonstração de boa vontade à população, que ficou 15 dias sem transporte coletivo. A decisão foi tomada em assembleia na noite desta segunda-feira, 10.

Enquanto líderes do movimento defendiam o acordo que haviam encaminhado com os patrões em reunião de conciliação feita pela manhã, uma maioria apertada dos 800 participantes - 10% da categoria - decidiu não aceitar a nova oferta e transformar a greve total em estado de greve.

Se o acordo tivesse sido aprovado, o reajuste salarial ficaria em 7,5% em vez dos 14% pedidos e dos 5,5% oferecidos inicialmente pelas empresas. O salário básico é de R$ 1.867,74 mil para motoristas e de R$ 1 mil para cobradores. Já o vale-alimentação passaria de R$ 16 para R$ 19 e o plano de saúde seria mantido, com desconto de R$ 10 por trabalhador em vez dos R$ 40 previstos pelo sindicato patronal no início das negociações. A extinção do banco de horas, prevista para 1º de agosto, parecia decisiva para a categoria encerrar a greve, mas acabou se tornando insuficiente para mudar o rumo da mobilização.

Protestos e filas

Nesta segunda-feira, 10, a cidade conviveu com mais um dia de protestos, filas para o transporte alternativo, serviços funcionando parcialmente e comércio com movimento reduzido. Ao amanhecer, um grupo de sindicalistas e líderes de movimentos sociais se acorrentou diante do Paço Municipal em solidariedade aos grevistas.

Ao mesmo tempo, a população sofria, já sob calor intenso, para conseguir embarcar em uma lotação do transporte seletivo, vans e microônibus escolares e até clandestinas que se tornaram alternativa para quem precisou ir ao trabalho, escolas, hospitais e compromissos agendados. A espera chegou a ser de duas horas.

A precariedade dos transportes também levou a prefeitura a suspender as atividades de 41 escolas de educação infantil, por número insuficiente de servidores, o que deixou cinco mil crianças com idade inferior a cinco anos em casa. Em consequência, pais que não conseguiram deixar os filhos com outros familiares tiveram de faltar ao trabalho.

Mesmo que não tenha parado, a cidade viu o movimento do comércio e das ruas diminuir, por ausência parcial de funcionários e clientes. Uma estimativa da Câmara de Dirigentes Lojistas indica que o segmento deixou de faturar R$ 100 milhões do início da greve até o final da semana passada.

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