Brasil

Rodovia é fechada em protesto contra retirada de não-índios

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, um dos bloqueios foi montado ontem (12), no km 566 da rodovia federal, próximo ao Aeroporto Municipal de Água Boa (MT)

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2012 às 17h37.

Brasília - Fazendeiros e trabalhadores rurais que vivem no interior da Terra Indígena Marãiwatsédé, na região nordeste de Mato Grosso, continuam bloqueando trechos da Rodovia BR-158, que liga Barra do Garça (MT) a Belém (PA). Eles protestam contra a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que, em 2010, reconheceu a legalidade da demarcação de terras, homologada em 1998, e determinou a retirada dos ocupantes não indígenas e a recuperação das áreas degradadas.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, um dos bloqueios foi montado ontem (12), no km 566 da rodovia federal, próximo ao Aeroporto Municipal de Água Boa (MT). Outro bloqueio, montado desde segunda-feira (12), fica no distrito de Posto da Mata, onde, segundo o Censo Demográfico feito em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vive a maior parte dos não índios que ainda moram na terra indígena xavante.

Entre os dias 7 e 17 de novembro, oficiais de Justiça notificaram 455 pessoas de 242 empreendimentos (casas, comércios, fazendas) sobre o prazo de 30 dias para deixarem a área. Mais da metade dessas notificações (253) foi feita no distrito de Posto da Mata. Mais 43 empreendimentos encontravam-se abandonados ou não tinham moradores no momento da vistoria.

Homologada por decreto presidencial em 1998, a Terra Indígena Marãiwatsédé tem 165.241 hectares e abrange parte do território das cidades mato-grossenses de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, no nordeste do estado. Um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, aproximadamente as medidas de um campo de futebol oficial.

Oficiais de Justiça e integrantes do grupo de trabalho interministerial responsável pela operação de desintrusão (retirada) da área visitaram, da última segunda-feira (10) até ontem à noite (12), oito propriedades cujos responsáveis voltaram a ser notificados do prazo para deixarem a área, levando todos seus pertences.

Nenhum novo conflito foi registrado na região nos últimos dois dias, mas de acordo com várias pessoas ouvidas pela Agência Brasil, o clima é tenso. Na segunda-feira (10), quando a operação de retirada de não índios teve início, manifestantes contrários à decisão de deixar a área atacaram policiais da Força Nacional, da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), deixando um saldo de dez feridos.

Acompanhe tudo sobre:IndígenasMato GrossoPolítica no BrasilProtestos

Mais de Brasil

Enem 2024: quem faltou no primeiro dia pode fazer a segunda prova?

Quais as regras para transportar animais no carro? Veja o que diz a lei

Eleições municipais revelaram que o povo não quer radicalização, diz Temer

Quais matérias vão cair no segundo dia do Enem 2024?