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Rodoanel Leste atrai 35% da demanda prevista

A média é de 13 mil veículos pesados por dia, ante estimativa de 37 mil


	Trecho Sul do Rodoanel: no mês seguinte à entrega, houve piora de 10% no trânsito da capital
 (Mário Rodrigues/Veja SP)

Trecho Sul do Rodoanel: no mês seguinte à entrega, houve piora de 10% no trânsito da capital (Mário Rodrigues/Veja SP)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 08h10.

São Paulo - Inaugurado incompleto há dois meses, o Trecho Leste do Rodoanel tem atraído 35% da demanda de caminhões prevista. A média é de 13 mil veículos pesados por dia, ante estimativa de 37 mil.

No mês seguinte à entrega, houve piora de 10% no trânsito da capital no horário de pico da manhã e de 7% à tarde, conforme contagem da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A justificativa do Rodoanel é melhorar o trânsito na Grande São Paulo.

O governo do Estado argumenta que a piora no trânsito seria ainda maior sem a construção das pistas e diz que 260 mil caminhões deixaram de circular na cidade graças ao anel viário (que tem os Trechos Oeste e Sul em plena operação).

É preciso lembrar ainda que os caminhões são proibidos de circular na capital nos horários de pico e há outros fatores que influenciam, como a retirada de faixas de circulação para carros e caminhões - por causa de faixas exclusivas de ônibus e, mais recentemente, das ciclovias.

Para o consultor em Engenharia Urbana Luiz Célio Bottura, o Trecho Leste já deveria ter efeito no trânsito paulistano. "Mas 13 mil veículos não é impacto nenhum. São Paulo é uma cidade sem muitas alternativas."

Já o consultor em Transportes e professor da Fundação Educacional Inaciana (FEI) Creso de Franco Peixoto diz que obras rodoviárias em locais como a Grande São Paulo tendem a impactar pouco o tráfego, porque a taxa de ocupação é baixa, de 1,5 passageiro por veículo, em média, e a frota não para de crescer.

Neste ano, a capital ganhou 127 mil carros. "Temos de focar não em veículos por hora, mas em passageiros por hora", diz. Ele defende mais investimentos em transporte de massa, como ônibus e trens.

Quando liberou a primeira fase da obra, o Estado prometeu a abertura integral do Trecho Leste para o começo de setembro, o que não se concretizou. Agora, a promessa é para daqui a dois meses. Só que quem passa pelo canteiro de obras ainda vê muita terra - e procedimentos de terraplenagem.

Na tarde de sexta-feira, a reportagem passou pelo Rodoanel. No Trecho Leste, o asfalto ainda trepidava muito e em alguns momentos a sensação era de circular sozinho, dado o pequeno fluxo de veículos, mesmo caminhões.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), Manoel Sousa Lima Junior, explica que os caminhoneiros ainda preferem utilizar a Jacu-Pêssego, para seguir diretamente para a Dutra.

"Quem está transportando produtos perigosos, como combustíveis e cloro, por exemplo, tem restrições na Ayrton Senna." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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